8 de agosto de 2012

The Long And Winding Road pt. 3

Havia limo e goteiras por toda a parte. Ao acordar, Paul se vê desesperado e de dentro do sepulcro cavou sua própria saída. Seus dedos estavam muito machucados. Cambaleando, ele tentou firmar-se na lápide enquanto seu cachorro observava com distância. Então saiu em direção à mansão, que ficava no ponto alto de uma montanha, bem afastada da cidade. Perto da janela, Paul podia escutar Phoebe e Henry dando gargalhadas. Sujo de lama e com os dedos calejados, ele tentou chegar ainda mais perto, mas recuou na tentativa de planejar uma vingança. Paul quebrou uma tábua e conseguiu entrar no porão. Phoebe ouviu um barulho. - "O cachorro deve ter voltado", disse Henry. E lá Paul permaneceu até as luzes da casa se apagarem. 

Phoebe estava deitada em sua cama e desta vez Henry não estava ao seu lado. Paul entrou na suíte, tirou os sapatos e enquanto fazia um rápido curativo observava Phoebe dormindo. Tomou um banho demorado para tirar toda lama e pôs uma roupa nova. Ao chegar à cozinha, ele acendeu a luz e tentou não fazer barulho. Em seguida voltou para o sótão. 

Na manhã seguinte, Phoebe conversava com Henry na porta. E tomou um grande susto, pois tinha marcas de mãos sujas de lama na parede do lado de fora da casa. Phoebe convidou Henry para tomar uma xícara de café e notou que uma maçã estava jogada no assoalho e com uma mordida. - "Algo muito estranho está acontecendo", avisou Phoebe. Henry se prontificou de revistar cada cômodo da casa, lembrou da espingarda que estava guardada no sótão. Enquanto procurava pela arma dentro de um velho baú, recebeu uma forte pancada na cabeça e desmaiou. Minutos depois, Henry acordou sentado numa cadeira atado pelas mãos e pernas e com um pano na boca. Paul apareceu em meio a escuridão e encarou Henry por alguns segundos. Ele não podia acreditar no que estava vendo. - "Você conseguiu uma vez ser mais esperto do que eu, mas é um péssimo médico!", disse Paul. Henry tentou tirar sua mordaça e gritar para Phoebe e então se jogou para o lado fazendo barulho na tentativa de chamar atenção. 

Phoebe percebeu que Henry estava demorando e entrou no sótão para procurá-lo. Ela desceu as escadas, olhando cuidadosamente para os degraus. Ao pisar em um dos últimos degraus sentiu uma agulha sendo injetada na sua perna e adormeceu. Quando se deu por si levou um enorme susto vendo Henry também preso a uma cadeira e Paul ao seu lado. - "Você me deixou esperando aqui há muito tempo, procurando respostas para os erros que estavam em você. Muitas vezes eu fiquei sozinho e muitas vezes eu chorei. De qualquer forma você nunca saberá de quantas formas tentei...", desabafou Paul. Ele subiu para buscar sua maleta recheada de dólares e jogou no chão do sótão. - "É o meu dinheiro que vocês queriam, não é? Aqui está", bravejou. Ensandecido, Paul espalhou gasolina por toda a mansão e ateou fogo. Paul saiu para a rua e de perto assistia tudo. Uma hora se passou. Os bombeiros aos poucos acalmavam as chamas. 

Paul tinha fugido com seu carro e o seu cachorro que lhe acompanhara no banco do carona. No fim da tarde, visitou seu próprio túmulo e o xerife estava lá, apoiado em uma pedra observando a lápide bagunçada. Paul deixou o carro perto de um arvoredo e foi em direção ao xerife. - "Parece que alguém mexeu na sepultura", disse Paul. Ele estava mudado por dentro e por fora e mal podia ser reconhecido. O xerife levantou a cabeça e com calma constatou o fato. - "Eu podia sentir que Paul ainda está vivo..." - disse o xerife. - "Ele deve estar perdido em algum lugar do planeta esperando ser guiado até a porta de saída", sistematizou. Paul então abraçou seu velho amigo antes de ir embora sem dizer adeus e partiu na longa e sinuosa estrada, sem saber onde ela o levaria.

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