25 de fevereiro de 2017

Os maiores hits de Carnaval dos últimos 20 anos

Foi dada a largada para o Carnaval! É época de folia, diversão e, claro, muita música. As principais cidades do país estão repletas de foliões, blocos carnavalescos e apresentações das escolas de samba, regadas a muito axé, pagode e samba, entre outros gêneros musicais populares no Brasil. Todos os anos surgem novos hits, que repetem em todas as festas e caixas de som sem parar. Seja o refrão repetitivo ou a coreografia de gosto duvidoso, todo mundo canta, todo mundo ouve. Essas "músicas-chicletes" são atemporais e fazem a alegria de multidões. Confira os hits do Carnaval dos anos 90 a 2017.

  • Fantasias inspiradas em clipes musicais.
  • Por que amor de Carnaval não sobe a serra?


  • Até o dono do SBT Silvio Santos dançou "Na boquinha da garrafa" em seu programa

    DÉCADA DE 90

    Timbalada - Água Mineral 



    É O Tchan - Na Boquinha da Garrafa



    ANOS 2000

    As Meninas - Xibom Bombom



    Los Hermanos - Anna Júlia 



    2001

    Gilmelândia - Bate Lata



    Bragaboys - Bomba



    Chiclete Com Banana - Quero Chiclete



    2002

    Ivete Sangalo - Festa



    Chiclete Com Banana - Diga Que Valeu



    2003

    Ivete Sangalo - Sorte Grande



    Margareth Menezes - Dandalunda 



    Chiclete Com Banana - Voa Voa



    2004

    Maimbê Dandá - Daniela Mercury



    2005

    Chiclete Com Banana - 100% Você



    Rapazolla - Coração  



    2006

    Jammil e Uma Noites - Praieiro 



    Vixe Mainha - Café Com Pão



    2007

    Quebra Aê – Asa de Água



    2008

    Psirico - Mulher Brasileira (Toda Boa)



    Claudia Leitte - Beijar Na Boca




    Babado Novo - Bola De Sabão



    2009

    Ivete Sangalo - Cadê Dalila?



    2010

    Parangolé - Rebolation



    2011

    LevaNóiz - Liga da Justiça



    2012

    Banda Eva - Circulou 



    João Lucas & Marcelo - Eu quero tchu, Eu quero tcha




    2013

    Filhos de Jorge - Ziriguidum



    Ivete Sangalo - Dançando



    2014

    Psirico - Lepo Lepo



    Ivete Sangalo - Tempo De Alegria

     

    Claudia Leitte - Largadinho 



    Banda Eva - Simplesmente 

     

    2015

    Wesley Safadão - Camarote



    Pablo - Porque Homem Não Chora



    Ivete Sangalo - Pra Frente


      
    2016

    Anitta - Bang



    Banda Vingadora - Metralhadora



    Marcos & Belutti - Aquele 1% part. Wesley Safadão 



    2017

    MC G15 - Deu Onda



    Claudia Leitte - Taquitá



    Sim Ou Não - Anitta Feat Maluma

     

    Wesley Safadão Part. Matheus e Kauan - Meu coração deu Pt



    MC Kevinho e Wesley Safadão - Olha a Explosão



    Ivete Sangalo - O Doce




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    Você concorda com esta lista? Tem alguma música que ficou de fora? Conte para nós nos comentários.

    23 de fevereiro de 2017

    3 motivos para assistir Quatro Vidas de um Cachorro. Entenda a polêmica

    O filme "Quatro Vidas de um Cachorro" (A Dog's Purpose) chegou às telonas em janeiro e já é um dos mais cotados para o Oscar 2017. O longa é baseado no livro homônimo de W. Bruce Cameron (o mesmo diretor de Sempre Ao Seu Lado) e conta a história das quatro vidas do cão Bailey, que busca seu propósito no mundo. Veja 3 motivos para você assistir Quatro Vidas de um Cachorro (saiba mais abaixo sobre a polêmica do filme):


    O cão ama seu dono, Ethan e juntos vivem aventuras da infância à juventude, mas chega a hora de se despedir, já velho. No entanto, depois de ganhar mais chances de viver, Bailey sempre quis reencontrar o seu primeiro dono e grande amigo. À medida que a história se desenrola, o espectador aguarda ansioso pelo desfecho final.

    Em cada uma de suas encarnações, o cão aprende algo mais sobre o seu propósito e, no final, ele sente que cumpriu seu dever. Isso no faz lembrar de uma passagem de Chico Xavier, na qual dizia que os animais possuem alma e estão em caminhos de evolução. Segundo o médium, a alma de alguns deles, a exemplo dos cachorros, podem retornar para seu dono através de outro que nasça. Você acredita que irá reencontrar seu melhor amigo depois do término desta vida?

    No elenco, estão Dennis Quaid (versão adulta de Ethan), Britt Robertson, Peggy Lipton, Juliet Rylance e K.J. Apa (versão jovem de Ethan), além de Bradley Cooper, que dá voz a Bailey na versão original em inglês. Quaid é o protagonista do filme de ficção científica "O Dia Depois de Amanhã" (2004) e Robertson a estrela do drama/romance "Uma Longa Jornada" (2015).












    Cena do reencontro de Bailey e Ethan, agora mais velhos. 

    LIVRO OU FILME? 

    Para quem já assistiu ou pretende assistir ao filme, a pedida é ler o livro. A obra literária é muito mais completa, pois conta em detalhes sobre cada um dos personagens, descrevendo minuciosamente as cenas, que foram rápidas demais ou não passaram na telona. Entretanto, ambos transmitem uma boa mensagem e prometem emocionar o público.

    Assista ao trailer legendado de Quatro Vidas de um Cachorro:



    A POLÊMICA EM TORNO DO FILME

    Apenas dias antes da estreia, um vídeo do set divulgado pelo site TMZ revela maus tratos a um dos cães utilizados em cena. O flagrante mostra um treinador forçando um pastor alemão a entrar em uma piscina com motores que foram usados para recriar a correnteza de um rio.

    A cena com o cão na água teria sido filmada em Winnipeg, Canadá, em novembro de 2015. O grupo de defesa dos direitos dos animais PETA pediu que as pessoas boicotassem o filme. A Universal Pictures e a empresa de entretenimento Amblin Partners estão investigando as filmagens. Para você, esse ocorrido configura maus tratos? Assista aqui ao vídeo e tire suas conclusões.

    PARTICIPE 
     Se você já assistiu a este filme, deixe aqui sua opinião. 

    17 de fevereiro de 2017

    Conheça as histórias e curiosidades de modelos de sucesso

    Cachoeira do Sul, o quinto município mais antigo do Rio Grande do Sul, é terra de gente bonita. A quantidade de conterrâneos que fazem ou fizeram sucesso como modelo no Brasil e no mundo é a maior prova disso. Temos bons exemplos de beleza e dedicação a uma carreira ora glamourosa, ora cheia de obstáculos. Conheça alguns dos maiores modelos cachoeirenses que, em entrevista, contam um pouco de suas vidas e o que têm feito atualmente.

    DE CACHOEIRA PARA O MUNDO


    Para Débora, é preciso se descobrir interiormente e saber lidar com suas emoções para vencer nessa profissão ou em qualquer outra

    Modelo e manequim, Débora Helen Dias Fogliatto, 19, atua há seis anos no mercado, quando foi aprovada por 11 agências de modelo na convenção do Projeto Passarela, sendo uma delas a Ming Management, onde é agenciada hoje. Natural de Cachoeira do Sul, a jovem vive hoje em Itapema (Santa Catarina), mas já rodou o mundo trabalhando com grandes nomes da moda e multinacionais, como para a cerveja Kirin Ichiban, no Japão, carros Mitsubishi, catálogo para as marcas de roupas Artika e Locauso, na China, e desfiles para Lez a Lez, Angel, Beagle e Renner, entre outros. 

    OS DOIS LADOS DA PROFISSÃO – Débora fala que essa carreira lhe possibilita conhecer vários países, fazer amigos por toda parte, conhecer a cultura de cada lugar e trabalhar com grandes nomes da moda. No entanto, os contras também pesam: “Nada menos que a saudade de casa, da família e dos amigos, aprender a ser madura desde cedo, perdendo a infância e adolescência, trabalhar no inverno com roupas de verão, trabalhar mesmo doente, etc.”, enumera. “Você tem que estar preparado emocionalmente e fisicamente para que as coisas que existem de ruim nesse mundo não o atinjam”, resume.

    NA PLAYBOY DUAS VEZES

    Passados 14 anos depois de ter sido a Coelhinha da Playboy no Brasil, em novembro de 2002, a modelo Carine Celestino, 34, se tornou capa da famosa revista masculina com circulação mundial, só que desta vez na Itália. Residindo atualmente no Rio de Janeiro, Carine atende pelos nomes artísticos de Carine Cerentine e Karine Garcia, sua nova identidade, que estampou a edição de novembro da Playboy Itália. Ao todo, são quatro capas de revista, sendo duas no Brasil e outras duas na Itália.


    “Eu falei que não sairia mais nua em nenhuma revista, só se fosse capa da Playboy”, diz Carine feliz com o resultado das fotos da nova edição da revista

    PLAYMATE DE NOVEMBRO – Em outubro Carine passou por Dubai (Emirados Árabes) e por Milão (Itália), onde fez um catálogo de noivas com o fotógrafo da Playboy, que propôs a ela o desafio de posar para a revista, a qual inicia uma nova fase voltada ao nu artístico. “Eu disse brincando: ‘Só se for a capa’. Ele mandou minha foto pra direção da Playboy e uma semana depois veio o convite, só que nunca eu ia imaginar que seria a capa. Pra mim foi uma surpresa”, fala a modelo, que chegou a dar uma pausa na carreira por conta da idade, mas confessa que depois dos 30 apareceram mais trabalhos nesta área.

    CURIOSIDADE

    Carine Celestino é mãe da Maria Eduarda, 11, a protagonista do vídeo “O que você quer ser quando crescer, Duda?”, que acumula milhares de acessos no YouTube.

    MÃE E FILHA PRODÍGIOS

    A acadêmica de Direito Laura Gabriela Goltz Schoenfeldt, 27, iniciou a carreira de modelo aos 8 anos, quando seu pai (Luciano Schoenfeldt, 52) lhe inscreveu em um curso de passarela, etiqueta e maquiagem com Rosimeri Moraes. Aos 9 anos Laura estreou seu primeiro trabalho, um catálogo para a marca Hering. A partir daí foram surgindo vários catálogos e comerciais de TV. Aos 18 anos a cachoeirense foi selecionada pela agência Beatrice (hoje agência Boom), em Milão, na Itália, onde morou cerca de um ano. Apesar de não exercer mais a função de modelo, Laura fala que voltaria sem problemas, tanto que já recebeu alguns convites de testes junto com a filha Louise, 4. “Quando a Louise nasceu eu fiz mais uns trabalhos, mas ficava complicado deixar ela, então eu parei de modelar”, conta.


    “Se dediquem e aprendam inglês em primeiro lugar, pois é necessário para se comunicar com as agências e clientes”. Laura

    NOS COMERCIAIS DO BRASIL E EXTERIOR – Laura já estrelou vários comerciais de TV, dentre eles o do refrigerante Guaraná Kuat, ao lado do comediante e apresentador Marcelo Adnet e do cantor Latino, e dos calçados Dakota, com a angel da Victoria Secrets Izabel Goulart. Em Milão, a ex-modelo também fez alguns comerciais e catálogos de marcas italianas, como Belstaff e Franklin & Marshall, além de desfiles na cidade de Verona para uma marca de biquínis. “Morar em Milão foi a melhor experiência, além de ser a cidade da moda é também muito difícil ser selecionada pra ir pra lá, então me considero uma sortuda”, pensa. 

    DAS PASSARELAS AOS CUIDADOS COM A SAÚDE 

    A fisioterapeuta Taís Marques Cerentini, 23, mestranda na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), foi “descoberta” por uma scouter no Facebook em 2012. Após um ano de preparação, a jovem foi apresentada a algumas agências em São Paulo, onde morou durante oito meses. Lá ela fez trabalhos para o salão do Marco Antonio De Biaggi e Wanderley Nunes, dois dos cabeleireiros mais famosos do Brasil, além de showrooms (sala de exposições) de marcas de carro, como Porsche, na Fórmula 1 e lookbook (book com as roupas criadas pelos estilistas da marca). “No dia a dia é o mais rentável”, justifica Taís, que abandonou a carreira de modelo por vários motivos, dentre eles viver em um mundo de futilidades no qual é preciso abdicar dos seus valores pessoais, como ela aponta. “Modelar não é todo glamour que as meninas do interior sonham”, revela.


    “Foi uma época boa, de muito aprendizado e amadurecimento, mas em certo momento apenas decidi que não valia a pena e não era o que eu queria para o meu futuro”, fala

    O LADO B DA PROFISSÃO – Conforme Taís, traçar nenhuma carreira é fácil, mas a carreira de modelo pode trazer muitas armadilhas. “Claro, tem seu lado bonito, mas é ainda muito mais perigoso se você não tiver uma cabeça boa”, avisa. Outros motivos que a fizeram desistir da profissão foi ficar longe de casa e também a necessidade de parar de estudar. “Demanda muito do seu tempo para se deslocar para castings (seleção de modelos), por exemplo”, explica ela. 

    UMA DAS MAIS BELAS DO MUNDO 

    Ex-modelo, Cristiane Lawall Plautz, 34, atua como arquiteta e urbanista há seis anos. Em 1997 Cristiane foi a vencedora do concurso Super Models of the World, o maior concurso de modelos do mundo, realizado pela Ford Models no Rio Grande do Sul. “Foram quatro vencedoras apenas e uma imensidão de meninas lindíssimas”, recorda-se ela, que fez uma série de trabalhos fotográficos no estado, além de campanhas para marcas conceituadas como Diadora, Gang e Paquetá, entre outras. 


    “A carreira de modelo nunca foi meu objetivo, foi sim uma grande oportunidade e honra sem tamanho. Nunca procurei por isto, aconteceu, e sou muito grata”, descreve Cristiane Plautz

    MODA X ARQUITETURA – Cristiane conta que as vencedoras do concurso receberam uma projeção diferenciada dentro da agência, pois tiveram a oportunidade de morar em uma casa destinada às modelos da Ford Models em São Paulo, onde permaneceu durante pouco tempo. “Nunca passou pela minha cabeça parar de estudar para seguir a carreira”, confessa. Cristiane chegou a conciliar a faculdade de Arquitetura em Santa Cruz do Sul com os testes e trabalhos em Porto Alegre, isto tudo sem sair de Cachoeira. “Eu já estava perdendo muita aula e não tive dúvida ao largar a carreira (que é passageira) para me dedicar à arquitetura – sólida até no nome”, diz aos risos.

    Não é uma carreira fácil não, e o glamour fica para o grande público, pois o dia a dia é de muita disciplina e dedicação”. Cristiane Plautz

    HISTÓRIAS PARA CONTAR – Conforme Cristiane, o mercado possui vários segmentos, públicos e idades variadas, no entanto, voltar para as passarelas não está mais nos seus planos. “Vivi experiências riquíssimas, aprendi desde muito cedo o valor de cada centavo, e mais ainda: a nunca aceitar um ‘não’ como o fim do mundo. Tenho muito orgulho desta trajetória, minha filha (Isabela, 1) certamente vai crescer ouvindo histórias incríveis ilustradas com o resultado de horas de fotos, maquiagem, trocas de figurino, de persistência, de comprometimento, responsabilidade e, acima de tudo, de muita luta”, fala Cristiane, que lembra emocionada do pai (Enio Longoni Plautz, 68) enxugando as lágrimas na sua ida para São Paulo com apenas 15 anos de idade. “Minha família é minha base”, diz.

    ENTRE MODA, ARTE E COMUNICAÇÃO

    Marjorie Vieira Prolla, 24, é modelo, atriz e jornalista com formação na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, onde também fez cursos de atuação e cinema, inclusive nos Estados Unidos. Ela começou a modelar na infância com apenas 5 anos. Por conta dos comerciais que fazia, Marjorie descobriu outra paixão: atuar. A cachoeirense, que reside na Califórnia (EUA), continua estrelando comerciais nacionais e internacionais.  


    “Quem tem o sonho de ser modelo não pode desistir, tem que lutar e ir atrás. É muito difícil, mas não é impossível”, fala Marjorie Prolla

    SUCESSO NOS COMERCIAIS – A modelo conta que sempre quando estava andando na rua ou viajava com os pais recebia propostas de agências ou os scouters (caça-talentos) deixavam o contato. Foi então que um dia sua mãe (Marta Vieira Prolla, 50) a colocou em um curso de manequim e etiqueta, onde obteve melhor preparação, e daí em diante não parou nunca mais. Marjorie já fez fotos publicitárias para grandes marcas de roupas (Calvin Klein, Marisa, Oakley e Renner), calçados (Melissa e Jorge Bischoff), bolsas (Marcia Saraiva), cosméticos (L’Oréal), perfumes (O Boticário), alimentos (Parmalat), refrigerantes (Guaraná Antarctica) e operadoras de telefonia (Vivo e Oi), entre muitas outras.

    “Você não vai chegar lá da noite para o dia, a gente leva muito ‘não’ nessa profissão e baixam a nossa autoestima às vezes. É aí que muitos desistem, mas essa é a hora que você tem que insistir e correr atrás do seu sonho”. Marjorie Prolla

    Ela também ilustrou as páginas de revistas famosas como Vogue, Capricho, Atrevida, Boa Forma, Corpo a Corpo, Glamour, Cabelos & Cia e Nova. Recentemente Marjorie foi convidada a participar de um desfile beneficente junto com celebridades e pessoas da classe alta norte-americana, incluindo o dono da marca de carros Lamborghini. “Foi uma experiência maravilhosa e gratificante”, descreve. 

    Entre os pontos positivos e negativos de ser modelo, Marjorie diz que a carreira lhe trouxe ótimas oportunidades, como viajar, conhecer outras culturas e ver o resultado de um trabalho depois de tanto esforço. A modelo também destaca que dependendo do país onde está trabalhando a cobrança pela magreza é grande. “Para eles, nunca está bom, sempre falam que tem que emagrecer mais”, aponta. 

    UM DOS MAIORES MODELOS DO MUNDO

    O engenheiro agrônomo Luiz Afonso Teixeira Schwab, 26, sendo cinco anos de atuação, venceu o Elite Model Look 2007 (o maior concurso internacional de modelos, realizado pela agência Elite Model Management) e foi considerado um dos maiores modelos do mundo, figurando a 48ª posição do ranking mundial do site models.com, que elege os principais profissionais da moda. Ele iniciou a carreira de modelo em 2008 e hoje não exerce mais a função por conta da atual profissão. 


    Eleito um dos maiores modelos do mundo, Luiz Schwab desistiu da carreira para se dedicar à agricultura

    DAS PASSARELAS ÀS PLANTAÇÕES – Schwab teve passagens por diversos países, como França, Itália, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Argentina e Chile, acumulando trabalhos para marcas de grife famosas – Prada, Christian Dior, Dolce & Gabbana, Lacoste e Louis Vuitton. “A experiência como modelo foi muito interessante, uma vez que proporciona o convívio com situações, pessoas e ambientes muito diferentes do habitual fazendo com que se possa construir uma visão de mundo muito abrangente”, fala. No entanto, ele não pensa em voltar a atuar na área. “Meu foco profissional está voltado para a agricultura”, finaliza.

    DE MODELO A MÃE


    Cristiane Strassburger Aggens leva uma vida dedicada à família em Santa Catarina, mas não se desvinculou totalmente da carreira de modelo

    Morando atualmente em Itapema (litoral de Santa Catarina), Cristiane Strassburger Aggens, 43, é formada em Administração de Empresas, mas deixou a planilha de cálculos para exercer a função de dona de casa e de mãe, cuidando dos filhos Gustavo (11), Gabriel (9) e Felipe (6). Ela iniciou a carreira de modelo aos 13 anos fazendo pequenos trabalhos fotográficos e desfiles em Cachoeira. Foi então aos 15 anos que Cristiane venceu o concurso Broto Rio Grande do Sul. “A partir daí surgiram muitos trabalhos, pois através do concurso tive uma grande projeção na carreira”, relembra. 

    Cristiane chegou a trabalhar para uma agência de Porto Alegre, onde fez muitos desfiles, trabalhos fotográficos e campanhas publicitárias de grandes empresas, como Stihl, Todeschini, Sulfabril e Hering. A carreira, no entanto, durou pouco tempo. “Depois disto resolvi me dedicar aos estudos, minha faculdade”, justifica ela, que ainda hoje faz alguns trabalhos fotográficos esporádicos.

    De acordo com Cristiane, o mercado existe para todas as idades, mas ela confessa que por ser mãe de três meninos pequenos não conseguiria conciliar todas as atividades. “Não voltaria a trabalhar como modelo em tempo integral, pois este tempo passou para mim. Hoje vivo em função da minha família em Itapema, onde tenho uma rotina mais tranquila com uma excelente qualidade de vida”, argumenta. 

    PALAVRA DE PROFISSIONAL

    Segundo o scouter Roger Slim, ser modelo não é apenas aparecer na TV e na passarela, é preciso ter personalidade e querer de verdade, além de investir na carreira. 
    “Modelo só pode resmungar e reclamar no travesseiro. Quando está acordado tem que estar bonito e feliz. É a profissão do glamour e da beleza”, afirma Slim.

    5 COISAS QUE FAZEM O MODELO DESISTIR DA CARREIRA


    . Problemas financeiros. O que ocorre na maioria dos casos

    . Falta de interesse. Não quer enfrentar desafios e dificuldades

    . Mudança de objetivo. O modelo pode descobrir que não é bem aquilo que quer

    . Falta de apoio familiar e de estrutura psicológica do modelo ou candidato

    . Cobrança do próprio mundo da moda, que exige um padrão de medidas extremamente rigoroso, em especial para o modelo fashion ou de passarela


    Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 109, dezembro 2016 (adaptado).

    Texto: Gabriel Rodrigues.

    Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.

    12 de fevereiro de 2017

    5 animais que ajudaram pessoas a dar a volta por cima

    Quem tem ou teve animais de estimação sabe o divertimento e o carinho que eles oferecem. Mas você sabia que eles têm o poder de mudar vidas? Pesquisadores analisam há anos a relação entre seres humanos e animais. Estudos comprovam que os pets trazem inúmeros benefícios para a saúde física e psicológica não só de seus donos, mas também de quem convive com eles. Além de proporcionar companhia, promover os contatos sociais e estimular a interação, eles são capazes de ajudá-lo a vencer dificuldades e até curar doenças graves. É o que você pode confirmar com essas cinco histórias inspiradoras de animais que ajudaram pessoas a dar a volta por cima.

    Da rua para o mundo


    Direto das ruas de Londres para as livrarias e telonas do mundo inteiro. Assim aconteceu com James Bowen, um ex-sem-teto que tirava seu sustento de apresentações musicais e de vendas da revista Big Issue. Portador de esquizofrenia e viciado em heroína, a vida de Bowen mudou completamente depois que encontrou Bob, um gato alaranjado, próximo ao seu apartamento, em 2007. Ele decide levá-lo para casa e depois de gastar todo o dinheiro que possuía para tratar seus ferimentos, Bowen mandou-o embora pensando que nunca mais o veria. Mas Bob permanece e, voluntariamente, começa a acompanhar o dono nas ruas da capital britânica, dando início a essa emocionante história de amizade. 

    O músico abadona as drogas e o gato consegue aumentar gradativamente seus lucros. A partir de então, Bowen e Bob começaram a ganhar milhares de fãs ao redor do mundo, logo sendo descobertos pela agente literária Mary Panchos, que decidiu contar a história no livro "Um gato de rua chamado Bob", lançado em 2012. O título tornou-se um best-seller mundial rapidamente, chegando a mais de quatro milhões de cópias vendidas. Com o sucesso do livro, a saga deu origem ao filme homônimo, que estreia ainda este ano no Brasil. Para saber mais informações, confira este nosso outro post clicando aqui

    Vida renovada 


    Natural de Los Angeles (EUA), Melanie Gomez foi diagnosticada com epilepsia na época da faculdade, chegando a ter em média duas crises por ano. No entanto, a situação se agravou logo depois de seu casamento, quando passou a sofrer até dez convulsões por dia. Certo dia, seu marido Armando Gomez, teve a ideia de presenteá-la com um animal de estimação. Por ser alérgico a cães e gatos, ele então resolveu comprar uma porquinha. Hamlet, como é chamada, trouxe felicidade e a cura para a doença de Melanie, que tornou-se fotógrafa para registrar sua mascote regularmente. Os cliques podem ser vistos em sua conta no Instagram, que acumula 305 mil seguidores.

    Alma de artista


    Autista, Iris Grace Halmshaw, de seis anos, conseguiu superar as adversidades advindas deste transtorno com um gato. A garota, que vive com sua família no condado de Leicestershire, na Inglaterra, tinha dificuldade de se expressar, não falava, possuía medo de água e nenhum animal usado para fins terapêuticos a conquistava, até que Thula, um felino da raça Maine Coon, ganhou seu coração. Seus pais lhe trouxeram o gatinho para casa há dois anos, e desde então a pequena passou a desenvolver novas atividades, sempre acompanhada de Thula. Eles brincam, tomam banho de banheira, passeiam, e quando Iris vai pintar, que é a sua atividade favorita, o gato está por perto, como se fizesse questão de acompanhar sua rotina, chegando ao ponto de tentar imitá-la.

    Iris afiou suas habilidades artísticas com pinturas em aquarela, compondo quadros avaliados em 1,5 mil libras, o equivalente a 7,890 mil reais. Suas belas obras de arte estão à venda em seu site, mas também podem ser conferidas em um livro escrito por sua mãe, intitulado "Iris Grace", que contém ilustrações e um pouco desta história. No site e nas redes sociais, você pode acompanhar todas as novidades da dupla.

    Superando as limitações 


    Portador de uma doença raríssima, denominada síndrome de Schwartz-Jampel, Owen Howkins, de 8 anos, tem dificuldade de crescimento e seus movimentos delimitados. A condição do garoto que vive em Basingstoke, no Reino Unido, lhe trouxe timidez e insegurança, passando a ter medo de falar com outras pessoas e até de sair de casa. 

    Mas tudo mudou quando seus pais adotaram Haatchi, um cão da raça Pastor da Anatólia que já tinha a sua própria história de superação. Ele fora recolhido por uma instituição de proteção animal, a qual o encontrou gravemente ferido após ter sido amarrado a um trilho de trem. Essa crueldade fez com que Haatchi perdesse uma das patas traseiras, mas após receber o amparo da nova família, foi se adaptando e começou a provocar uma mudança positiva na vida de Owen. 

    O pequeno venceu seus medos, passou a interagir na escola e conquistou autoconfiança, tanto que hoje superou a timidez e conversa com todos sobre seu cão. O sucesso da dupla chamou a atenção da escritora Wendy Holden, que decidiu contar essa história no livro "Haatchi & Little B", publicado em 2014. Os pais de Owen postam fotos e vídeos do menino e seu cão em uma página no Facebook, que chega a ter mais de 220 mil curtidas.

    Passos de coragem


    Com apenas um ano de vida, Sapphyre Johnson, teve os dois pés amputados devido a uma condição congênita. A garotinha, de três anos, que mora no Tennessee (EUA), enfrentou várias cirurgias para colocar próteses nas pernas. O que ela não imaginava é que pudesse fazer amizade com um cachorro deficiente. Esta emocionante história tem início quando a criadora de cães Karen Riddle, apresenta ao hospital onde Sapphyre está internada, um filhote de cachorro da raça pastor branco suíço que nasceu sem uma das patas, com a intenção de fazê-lo viver com uma criança nas mesmas condições. "Ele não tem pés, assim como eu", exclamou Sapphyre ao ver uma foto do cão, o que levou sua família a adotá-lo. 

    Batizado de Lt. Dan, o nome foi inspirado no filme Forrest Gump (1994), no qual o protagonista perde as duas pernas na guerra, mas apesar de tudo, mantém sua coragem invicta. O que faz lembrar a história de Sapphyre e seu cãozinho, que traz-lhe o apoio de que necessita. Segundo a mãe Karen, a adoção de Dan serve de exemplo para Sapphyre que "as pessoas, ou até mesmo animais de estimação, não são exatamente iguais". 

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    Você já viveu ou conhece alguém que viveu uma história parecida? Conte para nós nos comentários!

    1 de fevereiro de 2017

    Amor mais do que especial: histórias de superação de mães que têm filhos especiais

    “Ser mãe de uma criança especial é uma viagem não planejada, é como se quisesse ir ao Caribe e acabasse no Japão. Não foi onde ela escolheu estar, por isso, às vezes vai chorar e ficar desapontada, mas vai perceber que o Japão também é lindo. Não é onde queria estar, mas onde deveria estar, e terá que fazer de lá o melhor lugar do mundo. Com o tempo ela nem vai lembrar como teria sido ir ao Caribe, pois parece que o Japão sempre foi o seu destino”. Assim descreve a estudante de técnico em enfermagem Vitória Lopes Bica, 20, mãe de Valentina, 1, diagnosticada com mielomeningocele (deficiência congênita da coluna vertebral) na 25ª semana de gestação, uma malformação que afeta a medula delimitando os movimentos.


    “Minha filha mudou tudo, minha visão sobre a vida, sobre o que realmente importa. Fez-me ver que nada se torna impossível quando existe amor”, fala Vitória. (Crédito da foto: Joice Bernardi) 

    MÃE VITORIOSA E FILHA VALENTE

    Quando recebeu o diagnóstico, Vitória levou um grande susto, pois essa malformação vem com várias patologias juntas. “Tive que escolher entre me informar e me preparar para sua chegada ou entrar em sofrimento, questionando as vontades de Deus”, relata. Valentina nasceu com 31 semanas e sua família precisou ir a Porto Alegre, aonde ela iria se submeter a uma cirurgia logo após o nascimento. Aos 3 meses, a pequena precisou fazer outra cirurgia para controlar a hidrocefalia (acúmulo de líquido dentro do crânio). 

    Prestes a completar seu primeiro aninho Valentina começou a passar mal. Depois de dias sem que a família soubesse o que ela realmente tinha, foi transferida para Porto Alegre, e lá diagnosticada com meningite bacteriana (infecção que provoca a inflamação do tecido que envolve o cérebro e a medula). “Achei que naquele dia a perderia definitivamente. Foram inúmeras cirurgias, procedimentos e medicações, todas sem sucesso...”, desabafa Vitória. 

    “Sempre tive uma visão mais além de tudo isso, vejo que Deus me deu um presente, e me sinto honrada por ter sido escolhida. Sempre escutei e acreditei naquela frase: ‘Deus só dá filhos especiais para mães especiais’” - Vitória Lopes

    Devido a todas essas complicações e várias crises convulsivas, Valentina teve um acidente vascular encefálico (derrame cerebral) que resultou em paralisia cerebral. “Depois de três meses de luta voltamos para casa com inúmeras limitações, mas com a felicidade de levá-la com vida para casa, novamente contrariando os médicos”, disse. Segundo ela, hoje Valentina já se alimenta normalmente, está recuperando os movimentos e emitindo alguns sons. “Eu falo para cada família que recebe um diagnóstico que não é o fim do mundo, é o começo de um novo mundo cheio de novidades, dificuldades e muita felicidade”, reconhece. 

    MISSÃO DE VIDA 

    Vitória diz que essa é a maior e mais linda missão que recebeu, pois sempre quis ser mãe. “Com toda certeza, posso afirmar que conheci o maior significado dessa palavra, saber que o verdadeiro amor não é egoísta. Um filho com necessidades especiais é um presente que Deus pode pedir de volta, e cabe a nós vencer o egoísmo e deixá-lo fazer a sua vontade, vivendo um dia de cada vez e sendo feliz com cada evolução”, entende.

    GÊMEOS AUTISTAS

    Os estudantes Bernardo (na foto de amarelo) e Bruno Pereira Brum (de vermelho), 7 anos, são idênticos fisicamente, mas o autismo se manifestou de forma diferente. A mãe Cristiane Arruda Pereira, 34, funcionária pública municipal, descobriu o autismo de Bruno aos 3 anos, época em que ele começou a ter dificuldade de interação com os colegas na escolinha. Já Bernardo sempre foi mais tranquilo e sociável, mas começou a apresentar sinais do transtorno há um ano, quando teve algumas crises na escola e passou a ter muito medo de chuva. A dupla tem uma irmã mais velha, a estudante Isabele Pereira Pothin, 14, o “braço direito” da família. “Ela me ajuda e entende eles”, fala a mãe.


    “Meus filhos são bênçãos, lindos, carinhosos, amorosos e inteligentes”, diz Cristiane

    DESAFIO REDOBRADO 

    Cristiane notou que Bruno começou a ter comportamento agressivo e fugas, além de praticamente parar de falar. Até que o diagnóstico foi dado por um médico de Porto Alegre em setembro de 2013. “A partir daí começou uma batalha para evitar que ele se ‘isolasse’, como acontece com muitos autistas, também para trabalhar a fala e principalmente saber como agir diante do comportamento dele”, aponta. Por outro lado, Bernardo, além de conseguir decorar com extrema facilidade falas inteiras de um filme, por exemplo, repetia tudo enquanto conversava com outras pessoas. “Passei então a pesquisar, ler e a procurar ajuda para poder ajudá-los. Não foi fácil, e não é”, assegura.

    “Para quem tem um autista em casa cada dia é uma superação. Ir ao mercado, passear e fazer coisas simples são desafios. Mesmo assim, nem sempre dá certo. Mas continuamos a luta” - Cristiane Pereira 

    Para Cristiane, ainda falta consciência das pessoas que não convivem com autistas. “Sei que não é fácil e nem sempre as pessoas estão dispostas, mas se cada um pensasse que pode vir a ter um familiar nessa condição e procurasse saber um pouquinho sobre o assunto, nos ajudaria e pouparia de constrangimentos, pois muitas vezes nossos filhos passam por crianças malcriadas”, desabafa. “Hoje, com a existência da Amacs (Associação dos Familiares e Amigos dos Autistas de Cachoeira do Sul), temos apoio e amparo em outras famílias que enfrentam o mesmo”, agradece a mãe.

    A LUTA PELA INCLUSÃO 

    Michele dos Santos, 34, é advogada, assessora parlamentar e mãe de um jovem com síndrome de Down, o Mateus Freitas, 16, estudante. O amor pelo filho levou-a à luta pela inclusão social, tornando-se presidenta da Associação dos Familiares e Amigos do Down (Afad), onde ajuda mães e pessoas com Down a vencerem as barreiras do preconceito e da desinformação. 


    “A gente tenta, insiste, persiste. E mesmo diante das adversidades a palavra desistir não consta no roteiro”, afirma Michele

    SEU LUGAR NO MUNDO 

    Ainda neste ano Mateus irá ingressar em um curso preparatório para o mercado de trabalho. “Tenho certeza que representará uma nova etapa na vida dele, com acesso à cidadania, dignidade, novas relações, amizades e principalmente visibilidade”, declara a mãe, que percebe no filho uma grande expectativa. “Afinal, o exercício de um ofício está intimamente ligado com a cidadania”, reforça Michele. 

    “É responsabilidade e compromisso das famílias auxiliar e ajudar os filhos a desenvolverem suas potencialidades, apresentar-lhes novas oportunidades e incentivá-los a entender e a conquistar o seu lugar no mundo” - Michele dos Santos

    DESCOBRINDO O AUTISMO

    Natural de Porto Alegre, Cíntia de Cássia Bastos Corrêa, 42, cuidadora de idosos, é presidenta da Associação dos Familiares e Amigos dos Autistas de Cachoeira do Sul (Amacs) e mãe de David Corrêa Andriotti, 13, estudante, diagnosticado com a síndrome de Asperger, um grau de autismo mais leve. Morando há quatro anos na cidade, Cíntia fala que a época do nascimento do filho foi de turbulência. Ela havia mudado de casa, mudado de emprego e ainda enfrentado uma separação. Mas foi David quem lhe deu forças para seguir em frente e superar os problemas pessoais. “Ele me fez dar uma grande reviravolta”, resume. 


    “O autismo me fez ver que eu tinha uma força interior bem maior. Hoje luto constantemente na Amacs visando o bem-estar dos autistas”, emociona-se Cíntia

    Nesse meio tempo Cíntia não percebeu que o filho era autista, embora ele já apresentasse alguns sinais típicos deste transtorno, como brincar enfileirando brinquedos por cor e se isolar do convívio com outras crianças. Foi no colégio que vieram as dificuldades e a suspeita de haver alguma anormalidade. “Como tenho uma filha (Cindy Quetryn, professora) nove anos mais velha que ele, eu percebi que tinha algo de errado”, disse. 

    “O meu maior presente até hoje foi ter recebido uma carta no Dia das Mães onde o David disse: ‘Obrigado por não desistir de mim’” - Cíntia Corrêa

    SUPERANDO AS DIFICULDADES 

    Aos 10 anos de idade David chegou a ser diagnosticado errado com hiperatividade (TDAH), mas foi a fonoaudióloga Cristiane Costa que identificou o autismo. Segundo Cíntia, foi ela quem também lhe deu forças neste momento, ensinando-a duas maneiras de agir: “Siga com fé e aprenda a superar ou apenas espere”. “Naquele momento não entendi nada, sem saber sobre o espectro ou como agir. Fiquei muito chocada, olhava e me perguntava onde errei. Chorei muito”, desabafa.

    Em seguida Cíntia não deu início ao tratamento, mas percebeu que era hora de agir quando David teve um surto na escola. “Liguei para Cris (fonoaudióloga) e ela me deu as primeiras informações e quais providências cabíveis eu deveria tomar. Comecei a estudar, investigar, conversar e trocar experiências. Observar é a palavra-chave do autismo. Em meio aos surtos e crises, hoje vivemos um dia de cada vez”, completa.

    DAS DIFICULDADES À EVOLUÇÃO

    Maristela Benetti Husek, 54, designer de sobrancelhas e depiladora, é mãe de Veruska Benetti Husek, 30, que nasceu com lesão neurológica e como consequência possui comprometimento neurológico e motor. Sua idade cronológica é 30 anos e a idade mental é de 5 anos. “O que faz dela uma bênção”, declara a mãe. “Ela me chama de ‘minha vida’ e eu sou tomada por uma emoção tão grande que me enche de alegria. Onde algumas pessoas veem dificuldades eu vejo oportunidade de evolução, de me tornar uma pessoa melhor”, fala Maristela. “A pureza e a energia da Veruska contagiam, tornando tudo leve, alegre. Eu agradeço todos os dias por ela ser minha e me sinto completa, realizada”, conta. 

    Para a mãe, as dificuldades são impostas pela nossa sociedade, que insiste em não fazer sua parte, ignorando a lei da acessibilidade e não respeitando as vagas para estacionamento. “Estou feliz porque isso está mudando”, admite. 

    ANIVERSÁRIO ESPECIAL 


    Festa de aniversário de Veruska. “Estamos lutando e conquistando nosso espaço. Nós estamos ocupadas demais sendo felizes”, disse Maristela

    Em junho Veruska completou 30 anos com direito a uma festa a fantasia. Vestida de gata e contagiada de felicidade, Veruska recebeu a família e os amigos, que comemoraram a caráter, fantasiados de personagens como mágicos, vampiros, cowboys e super-heróis. “Com muito respeito, tenho o cuidado de fazer da vida da Veruska um mundo especial, onde tudo é bom e ela a pessoa mais amada. A autoestima é permanentemente trabalhada, e mais que ser amada, ela se ama e, sem modéstia, se acha linda, e isso faz toda a diferença”, enfatiza Maristela.

    “O sentido da minha vida é a felicidade da minha filha. Com um objetivo tão grandioso, a vida ganha sentido e a felicidade deixa de ser um momento para se tornar uma divina rotina” - Maristela Husek

    O CHOQUE INICIAL

    A agente comunitária de saúde Alessandra Fabiane Schultz Pedroso, 42, é mãe de quatro filhos: Diego (26), Eduardo (23), Fabricio (21) e Miguel (5), que tem paralisia cerebral e epilepsia. Por conta destes problemas, Miguel não anda, não fala e não enxerga. Ele nasceu de 33 semanas e chegou a ficar 16 dias internado na UTI. “Mesmo ele não falando, é muito carinhoso. Conheço-o pelo olhar, sei se ele está bem ou não”, fala Alessandra, que conta com o apoio do marido José Carlos Pedroso, 45, funcionário público e pedreiro. 


    “O Miguel mudou totalmente a minha vida. Por ele vou até o fim do mundo se for preciso”, declara Alessandra

    Alessandra conta que o primeiro diagnóstico foi síndrome de West (uma forma grave de epilepsia infantil). “Quando a doutora neurologista falou que ele seria uma criança totalmente vegetativa eu chorei, meu mundo desabou. Respirei e fui à luta”, recorda. Hoje Miguel faz sessões de fisioterapia, equoterapia (terapia com cavalos) e fonoaudiologia. “Ele frequenta a escola mesmo com todas as suas limitações. Trabalho meio turno e no outro levo o Miguel para as suas atividades. É uma criança muito amada pelos colegas e professores”, afirma Alessandra.

    “Tem dias que não é fácil, mas o amor que tenho por ele me dá força para não desistir nunca” - Alessandra Pedroso

    FAZER A INCLUSÃO ACONTECER 

    “É um amor que não tem explicação, estamos sempre juntos, não vivo sem ele. Estamos fazendo a inclusão acontecer, mas não é nada fácil”, assegura a mãe. Segundo Alessandra, a inclusão social é linda na teoria, mas na realidade é bem diferente. “Os profissionais que atendem o Miguel na Apcrim (escola de educação infantil) são fantásticos, mas existem muitos que não estão preparados para acolher uma criança especial”, aponta.

    PALAVRA DE PROFISSIONAL

    A psicopedagoga e mestre em educação Daiane Keller, 35, destaca que o nascimento de uma criança modifica toda rotina e sistema dos pais, trazendo diversos sentimentos e emoções, que podem desencadear aspectos positivos e/ou negativos. “Quando esse filho idealizado apresenta limitação em seu desenvolvimento é muito difícil de elaborar tal situação”, admite. No entanto, Daiane lembra que a dificuldade em aceitar perpassa pelos desejos projetados durante a gestação. “Nesse momento já começamos a sonhar e idealizar o novo integrante da família, então quando as dificuldades começam a surgir aquele sonho vai sendo quebrado e trazendo novos sentimentos”, justifica. 


    “Por muitas vezes a luta em não aceitar apenas prejudica e em nada contribui para que a criança tenha melhor desempenho”, alerta a psicopedagoga

    ACEITAR QUE SEU FILHO PRECISA DE AJUDA – “Quando não buscamos ajuda especializada, todos os envolvidos serão prejudicados significativamente”. É o que adverte a psicopedagoga Daiane Keller. “Podemos pensar na desconstrução dessa família, desse casal, da escola que a criança frequenta, pois suas dificuldades serão destacadas todos os dias frente aos colegas, e obviamente da própria criança, que fica sem apoio e suporte para enfrentar suas limitações”, ressalta. A profissional recomenda aos pais buscarem ajuda especializada e não deixarem de investigar e entender a melhor forma de ajudar seu filho. “Grupos de pais, ONGs ou associações são boas alternativas para perceber que não se está sozinho, transformando problematizações em possibilidades”, indica. 

    VIDA APÓS DIAGNÓSTICO – Daiane fala que a vida pode ser diferente sim, mas pode ser uma feliz experiência, isso se você estiver aberto à grande jornada de aprendizagem e evolução, disposto a quebrar as barreiras e pronto para se desconstruir e se redescobrir como pessoa, mãe e pai. “Ainda me arrisco a dizer o quão lindo é perceber isso em cada família com que trabalho e que eu admiro e agradeço profundamente por toda confiança que me depositam”, declara. 

    2 PERGUNTAS PARA DAIANE KELLER

    1) Qual é a importância de iniciar cedo o tratamento psicoterápico? 

    “Quanto antes essa família buscar ajuda melhor será o entendimento dela num plano de intervenção, ou seja, os profissionais podem auxiliar no processo de aceitação bem como em todo o trabalho a ser desenvolvido com essa criança. Sempre destacamos que quanto antes essa criança receber a orientação especializada melhor será o prognóstico, ou seja, estaremos conscientes de toda a intervenção necessária. Atualmente é inadmissível dizer que uma criança não precisa de suporte, pois a ciência avançou muito e disponibilizamos de diversos recursos terapêuticos para auxiliar as mais diversas patologias”.

    2) Quais os benefícios da psicoterapia na vida da criança e da família? 

    “Qualidade de vida é o principal, e esse termo é bastante abrangente, pois podemos pensar que essa qualidade se alastra em todos os ambientes em que a criança frequenta. Sendo assim, a família, amigos, terapeutas e instituição escolar estarão em sintonia na busca de melhor desenvolvimento global dessa criança que apresenta necessidades especiais”.

    Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 109, dezembro 2016 (adaptado).

    Texto: Gabriel Rodrigues.

    Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.
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