2 de setembro de 2016

Robôs a serviço do meio ambiente

Em 2805 o planeta será abandonado e coberto por lixo. Esse é o cenário descrito no filme de animação "WALL-E" (2008), que mostra a história de um robô homônimo criado para limpar a Terra. A ficção pode virar realidade se não cuidarmos do meio ambiente desde cedo. As crianças são o futuro da humanidade, e podemos mudá-lo começando pela separação e descarte adequado do lixo. No Colégio Marista Roque, as turmas da educação infantil aprendem as lições de preservação ambiental com robôs que ensinam a separar corretamente o lixo.


Os alunos Lucas Rosa, 11, sexto ano do ensino fundamental, e Júlia Dias Bittencourt, 3, nível 1 da educação infantil, usam aplicativo para comandar robô.

A atividade é ministrada pelo instrutor de robótica educacional Guilherme dos Santos Kohls, 31, sendo seis anos de atuação, e por estudantes que participam das oficinas semanais de robótica. Uma vez por mês eles convidam as crianças da educação infantil para participarem do momento de conscientização.

Na sala de robótica, as crianças têm acesso a um tablado que simula uma floresta, onde se encontram peças nas cores amarela, vermelha, verde e azul, representando lixos na natureza como metal, plástico, vidro e papel, respectivamente. Depois de aprender a cor de lixeira adequada para o descarte de cada material, os estudantes, munidos com tablets e celulares, descobrem como comandar os robôs e levar as peças até o recipiente correto. "É uma atividade simples, mas que provoca muita curiosidade nas crianças, que acabam aprendendo a cuidar do meio ambiente e a utilizar a tecnologia", explica Kohls.

DESCARTE DE LIXO X CACHOEIRA

Se os cachoeirenses se preocupam com o meio ambiente e separam o lixo da forma correta, o secretário municipal de Meio Ambiente, Edson Roberto das Neves Junior, 37, com pouco mais de um ano de atuação, responde: "Alguns sim, outros não". "É necessário não apenas ter a consciência ambiental, mas sim ter atitudes sustentáveis", fala o secretário sobre como mudar hábitos da população. Para ele, é necessário haver um melhor desenvolvimento da coleta seletiva em nosso município, com maior apoio por parte de todos, poder público e iniciativa privada, para fortalecer a separação e o recolhimento do lixo e reduzir o impacto dos resíduos sólidos. 

Edson destaca que primeiro é preciso mudar paradigmas e conceitos quanto à responsabilidade dos resíduos. "O cidadão não apenas é o usuário e fiscalizador do serviço de coleta, mas também o responsável pela destinação do resíduo por ele gerado", completa. 

3 PERGUNTAS PARA GUILHERME DOS SANTOS KOHLS

1) Como surgiu a ideia desse projeto?

"Atividades envolvendo temas relacionados à educação ambiental são sempre trabalhadas em sala de aula devido à sua importância. Como as professoras do nível 2 estavam trabalhando coleta seletiva, aproveitamos e utilizamos este tema para realizar uma atividade com toda a educação infantil".

2) Qual é a reação das crianças ao interagirem com os robôs? Elas de fato aprendem a separar o lixo da maneira correta?

"O robô é uma figura muito adorada pelas crianças, pois está presente em uma infinidade de brinquedos, filmes e desenhos. Com a robótica a criança aprende de forma prática e lúdica brincando com robôs, desenvolvendo sua criatividade e imaginação e valorizando o trabalho em equipe, fazendo com que o aprendizado seja bastante significativo".

3) Você acredita que a tecnologia pode ajudar a salvar o planeta?

"Sim. A tecnologia vem evoluindo muito rápido nos últimos anos e pode ser uma grande aliada na busca por um planeta melhor, mais saudável e sustentável. Mas não podemos esquecer que os problemas que vêm acontecendo, na maioria das vezes, são decorrentes de nossos próprios maus hábitos e falta de cuidado com o planeta, portanto, uma mudança de atitude é um processo fundamental. Os robôs estão sendo utilizados para diversas funções, como, por exemplo, conter o desmatamento ilegal da Floresta Amazônica e monitorar a poluição das águas".

SAIBA MAIS

A coleta seletiva é apenas uma das ações desenvolvidas nas oficinas de robótica, que acontecem uma vez por semana e têm duração de duas horas por turma no turno inverso ao da aula, como atividade extraclasse. Apenas os alunos a partir do segundo ano do ensino fundamental da escola podem participar das oficinas, que contam atualmente com 60 estudantes divididos em oito turmas. "Ao final de cada atividade os robôs são desconstruídos e novos robôs são construídos para novas atividades", conta Kohls. Além deste encontro, os alunos participam de competições, realizando encontros extras específicos para treinos.

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O município de Cachoeira do Sul recolhe e destina em média 45 toneladas de resíduos sólidos e consegue reciclar pouco mais de mil quilos por dia através do convênio que possui com a Cooperativa Recicladores Solidários em Defesa do Meio Ambiente (Cocari).

Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 105, agosto 2016 (adaptado).

Texto: Gabriel Rodrigues.

Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.

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