13 de julho de 2012

Maré de azar



Assim como no mar uma onda sucede outra, nossa vida é intercalada de fases, uma após outra. Como nem tudo são flores, as fases ruins estão aí para provar que o mundo é mundo. Em relação à sexta 13, dizer que um gato preto ao cruzar o seu caminho traz azar e que um trevo de quatro folhas pode lhe proporcionar três pedidos é uma mera bobagem. Mas será mesmo?!

Dá azar abrir um guarda-chuva dentro de cada, é má sorte andar debaixo de uma escada inclinada, espelho quebrado dá sete anos de azar, bater na madeira para evitar a decepção, pendurar uma ferradura para trazer sorte, o número 13 dá azar, pimenta para afastar "olho gordo". Bobagem, superstição, crendice popular? Pode até ser, mas todo louco que se preza tem suas manias e se sente um pouco desconfortável se não o faz.


CRÔNICA

Você passa uma noite estudando para a prova, se depara com uma espinha na ponta do nariz em frente ao espelho, seu despertador não funciona e se atrasa para o dentista. Volta para casa, pega um engarrafamento enorme, almoça em cinco minutos. Começa chover, seu guarda-chuva quebra no caminho, a prova é adiada e surge outro teste. Indignado se impõe, reclama e alguém sussurra: "Não faça tempestade em copo d'água". Pode ser exagero, mas dias assim realmente existem. 

Vai para casa, tropeça na calçada, deixa cair sabão no olho durante o banho, se prepara para o jantar e quebra um copo. Ao deitar-se, a janela se abre com o vento, escuta uivos do canil ao lado e se depara com um gato preto de olhos enormes e famintos. Quando ouve uma gargalhada... É só a vizinha assistindo a programação que passa sexta à noite na TV. Finalmente encosta a cabeça no travesseiro para dormir, e antes de pregar os olhos, coloca uma pata de coelho ao lado da cama para se proteger e espantar o azar. Tudo é apenas uma maré de azar, amanhã é outro dia. Ah, deixou o sapato virado debaixo da cama.

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