Tudo Improviso: Conheça o trabalho do fotógrafo Angelo Bonini

O fotógrafo Angelo Bonini, natural de Cachoeira do Sul (RS), faz impressionantes registros que encantam pela sutileza e sensibilidade em cada detalhe. Suas fotografias parecem quadros pintados à mão, numa mistura de poesia, nostalgia e melancolia, tendo como cenário o campo, a cidade, a praia e o que mais render um clique. Hoje, dia 18 de dezembro, Angelo completa 19 anos de idade e tem bons motivos para comemorar.

Desde que começou a fotografar profissionalmente em 2013, Angelo Bonini acumula importantes conquistas. Tamanho talento, ele faz parte do catálogo Artistas Gaúchos, teve sete fotos publicadas no portal da revista Vogue Itália e outras duas incluídas no calendário alemão Poladarium. Concedeu entrevista ao site Shooting Film e à revista Obvious Mag do Portal Terra, sendo publicada na Revista Alternativa Alpendre. Teve um editorial publicado no Portal Fashion RS, na Revista A Lagarta e participou do portal de fotógrafos F/30 no Facebook. Também saiu na Revista SOU SE7E e no Jornal Zero Hora, na coluna do Roger Lerina, que o chamou de "guri prodígio".

Acompanhe a entrevista que fizemos com Angelo Bonini contando a sua história com a fotografia, de onde vem a sua inspiração, além de compartilhar dicas exclusivas.

1) Como você começou a fotografar e estudar fotografia?

Eu comecei a fotografar quando criança, fazia alguns cliques com sete anos e, passados alguns anos, ganhei um MP5 onde pude começar a registrar minha infância, inclusive tenho os cliques até hoje e são muito preciosos para mim. O meu MP5 logo quebrou, afinal, levava para todos os lugares que eu ia e não tinha todo o cuidado que devia se ter com uma tecnologia tão avançada para a época. Demorei um tempo para começar a estudar, foi a partir de 2013 e hoje faço tecnólogo na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

2) Quais foram os seus maiores desafios no início da carreira?

Demonstrar confiança aos clientes quando na verdade a insegurança predominava. E também tive algumas crises no processo de amadurecimento de largar o trabalho meramente conceitual para algo mais vendável e comercial.

3) Como você conseguiu se destacar nesse meio tão concorrido que é a fotografia?

Acredito que quem tem destaque é porque faz o seu trabalho bem feito. Tem milhares de fotógrafos hoje em dia e cada vez mais pessoas migram para a fotografia, seja pelo dinheiro rápido, seja pela "popularidade" que o fotógrafo consegue (mesmo sem querer) ou seja pela quantidade de pessoas interessadas nesse serviço, mas os bons mesmo sempre conseguirão se destacar, em qualquer área.

4) Qual o significado da fotografia na sua vida?

Eu não posso dizer apenas que gosto da fotografia por me permitir contemplar a beleza da vida, é algo maior. Ao mesmo tempo que a câmera pode ser uma ferramenta que me permite possuir as coisas que vejo e gosto, ela faz com que eu possa absorver o máximo do meu momento. Acredito na ideia de cada ser possuir um mundo interior muito forte, por isso, ela também acaba sendo o caminho para transcrever os meus sentimentos e traduzir em imagem a minha imaginação. Criar uma imagem é dar a mão a alguém para adentrar e se aprofundar no seu íntimo universo.

A experiência da imagem muda para cada expectador e isso é muito lindo, quer dizer que a imagem também é a construção pessoal de cada um e como cada um se relaciona intimamente com ela. Sinto que a fotografia é arte apenas por ser ela mesma e o ato fotográfico já faz parte de uma arte pura e complexa, mas ainda há aqueles loucos chamados de artistas que fazem criações com ela. A criação de uma imagem pode ser meramente estética ou pode envolver tantos sentimentos que chega a ser complexo demais para explicar.

5) O que você busca transmitir através de seus cliques?

Cada clique é único e através dele milhares de significados diferentes. Muitas vezes não penso em transmitir algo, mas a imagem pronta pode representar aquilo que estava no meu inconsciente no momento da captura.

6) De onde vem a sua inspiração para fotografar?

Da vida e principalmente da natureza. Meu relacionamento com a natureza é muito íntimo e está muito impregnado nas fotos que faço.

7) Até onde você deseja chegar como fotógrafo?

Fotografar grandes campanhas e editoriais, mas com pessoas que aceitem meu estilo pessoal e que não tente impor uma forma de fotografia que não seja a minha.

8) A fotografia envolve muitas coisas. Cite dicas simples, mas que podem fazer toda a diferença na hora de fotografar.

Observar a luz do ambiente antes de clicar e achar o melhor ângulo de incidência dela. Por exemplo, evitar fotografar com o rosto direto no sol do meio dia (incidência zenital), preferindo fotografar na sombra. Dentro de casa, a luz da janela é linda, dá sempre pra fazer coisas incríveis com ela.

9) Quais são os aspectos positivos e negativos da profissão de fotógrafo?

Como ponto positivo, destaco o reconhecimento e as pessoas que tu conheces ao longo dessa caminhada, tanto clientes quanto outros fotógrafos (os fotógrafos constituem de uma comunidade e parceria muito grande que nunca vi ou soube haver em outra profissão). De negativo, posso citar o fato de ser complicado você tornar algo que ama fazer em profissão, pois às vezes você não quer ser cobrado por aquilo. Ainda você quer ter o prazer de fazer e muitas é obrigado a clicar para poder se sustentar, o que acaba se tornando um pouco chato. Por isso ter amadurecimento suficiente é tão importante.

10) Quais são as vantagens de divulgar o seu trabalho nas redes sociais e como estas ferramentas lhe ajudaram a chegar neste momento da sua vida profissional?

A vantagem é o tamanho da repercussão que pode causar. Como hoje em dia somos tão conectados (e todo aquele papo de revolução digital e tecnológica), uma foto publicada no Facebook pode ir parar numa galeria de arte na Itália, e falo sério. Estas ferramentas puderam me trazer pessoas que admiram o meu trabalho e novos clientes. Sem as ferramentas não teria tanto a graça de publicar as fotografias.

Inspire-se com as fotos de Angelo Bonini a seguir.