3 de novembro de 2014

Felicidade comprada




Na tentativa de ser bem visto, a necessidade de ser socialmente aceito leva o indivíduo a agir de forma dissimulada. A transfiguração da angústia em alegria, o vazio preenchido pelo luxo, é um artifício nocivo para o convívio social. O consumo te consome. Em meio à obcecação pelo dinheiro e a corrida da ganância, devemos preservar o que realmente é prioridade e necessita de maior atenção: nossa felicidade interior. O que falta na sociedade capitalista atual é mais otimismo e menos consumismo.

Muitas coisas as pessoas querem: o carro do ano, o camarote e as bebidas mais caras, roupas importadas, sinônimo de ostentação. Mas poucas dessas coisas correspondem às nossas necessidades reais. Quando o ter sobressai ao ser, adquirindo um produto que promete realizar o cliente plenamente, de tal modo que será unicamente beneficiado pela compra. A aquisição desenfreada pode levar o indivíduo à uma condição infeliz, já que a felicidade é um estado de espírito que deve ser conquistado rotineiramente e não está disponível na prateleira do supermercado para ser vendido. 

Com o passar das décadas modismos surgiram, padrões e estereótipos de beleza foram impostos à sociedade, que fora induzida pela propagando ao consumismo exacerbado. Têm pessoas que vivem de dietas e neuras com o complexo de magreza, algumas alimentam o consumismo passando suas tardes fazendo compras, outras são vaidosas e egocêntricas cuidando do seu corpo de uma maneira exagerada. Acredito que devemos colocar numa balança ambas as coisas: corpo e mente. Não se trata de dinheiro, é um conjunto de fatores que lhe torna a pessoa que você realmente é. A aparência é muito importante (sim, não adianta negar), mas não nos limitamos apenas a isto, o conteúdo preenche o que é banal. Rótulos enganam. Personalidade, realmente é algo que é perceptível pela aparência, mas enriquecida pela inteligência.

Mesmo que não se sintam confortáveis usando seus óculos escuros e sapatos tão altos, estão ali, transformando suas vidas em vitrinas aos olhos de quem vê. Parece que tudo tem um preço, que as roupas substituem o "eu" interior e que as conversas andam um pouco desvalorizadas por aí. Isso é o que eu tenho e o que me faz dizer: muitas pessoas são que nem estátuas, admiráveis por fora e ocas por dentro. Esqueça a etiqueta de preço. Se todos nós diminuíssemos o consumismo exacerbado, nos tornaríamos mais alegres. Garanto que nos sentiríamos bem.

Precisamos das coisas que nem sempre queremos, e queremos coisas que nem sempre precisamos. Nem sempre o que queremos é tão necessário quanto ao que precisamos. Pensando bem, muitas coisas eu quero, mas poucas correspondem às minhas necessidades.

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