Até que ponto a opinião dos outros pode afetar a sua vida? É uma pergunta que requer uma autorreflexão e isso só acontece quando conhecemos a nós mesmos. Estamos longe de alcançar a perfeição, temos defeitos, limitações e medos, mas é preciso abraçá-los para evoluirmos ao longo da vida, o que nem sempre é fácil. Já dizia o pensador hindu Osho: “Ser único é uma qualidade comum a todos os seres”. Conheça a si mesmo. Aceitar as nossas imperfeições é o primeiro passo para a felicidade.
Baixa autoestima e falta de amor-próprio levam à insegurança, angústia e dificuldade de aceitação pessoal. O estado emocional influencia tudo, inclusive a maneira como vemos a nós mesmos, impedindo-nos de ver o que temos de positivo. Assim se sentia a cabeleireira Juliana Camargo Alves, 23, que sofreu preconceito por estar acima do peso e dificuldade de aceitar o próprio corpo.
“Amor-próprio é umas das coisas mais importantes que devemos carregar conosco”, diz Juliana (Crédito da foto: Priscila Ippolitow Fotografia).
APRENDER A SE ACEITAR - Com o passar dos anos, Juliana fala que as piadas sobre o seu corpo foram diminuindo, mas admite que cresceu complexada por isso. “A meu ver, não tinha nada de errado, eu tinha todas as partes do corpo normais... Exceto por uma barriguinha, que pra mim não tinha importância, mas aos olhos dos outros era motivo de piada”, confidencia. Durante essa fase o preconceito fez com que ela não conseguisse sair de casa e não usasse roupas que mostrassem partes de seu corpo. “Eu deixei que tirassem todo amor que eu tinha por mim. Eu vivia pra buscar a aprovação dos outros”, desabafa. Hoje, no entanto, a situação é diferente.
“Então eu pude enfim ver uma mulher linda parada ali. Poxa, o que tinha de errado comigo? Não tinha nada”, se conscientiza. Com este pensamento, a cabeleireira aprendeu a aceitar o seu corpo e a enxergar sua beleza.
“Então eu pude enfim ver uma mulher linda parada ali. Poxa, o que tinha de errado comigo? Não tinha nada”, se conscientiza. Com este pensamento, a cabeleireira aprendeu a aceitar o seu corpo e a enxergar sua beleza.
OBSESSÃO PELO CORPO PERFEITO
A profissional de educação física Ana Paula Franco Dias, 34, com 11 anos de atuação, afirma que a busca pelo corpo perfeito vira obsessão quando a pessoa perde a verdadeira noção da sua imagem corporal e já não percebe mais o que é ilusão e realidade. “Como a própria palavra diz, obsessão é um sentimento obstinado que indica que algo está errado, pois passa a ocupar com exclusividade os pensamentos e objetivos daquela pessoa, se tornando o centro da vida”, destaca.
Para Ana Dias, a busca da atividade física deve ser pela qualidade da saúde e não pela aparência.
VÍCIO OU ESTILO DE VIDA?
Ana assegura que as pessoas que frequentam academias de ginástica, a princípio, não são propensas a desenvolverem vigorexia, pois essas geralmente estão preocupadas na promoção da saúde. Mas ela faz um alerta: “Com uma onda crescente de blogueiras fitness, que fazem qualquer loucura para atingir uma falsa perfeição, há sim uma tendência de pessoas propensas à compulsão e obsessão agravarem o quadro, colocando em risco a saúde física e emocional”.
A RELAÇÃO ENTRE CORPO E MENTE
Quando chegamos ao limite emocional, ou seja, as dores da alma já se propagaram para o corpo físico, é hora de refletir e buscar a verdadeira origem. Por isso é importante manter as emoções em equilíbrio, senão elas podem resultar em doenças. É o que alerta a psicoterapeuta Maria Cristina Schaurich Beskow, 55, sendo 25 anos de atuação.
“Buscando a origem e a causa do problema nós resolvemos o aqui e o agora”, assegura a psicoterapeuta Maria Cristina Beskow.
CURA INTERIOR
A psicoterapeuta afirma que a terapia holística trata o ser humano como um todo e proporciona a cura mental, emocional, espiritual e física, trazendo registros ligados à rejeição para o nível consciente através de técnicas como regressão de memória, psicoterapia, reiki, acupuntura, ioga e massoterapia, entre outros. Desta forma, esse método terapêutico auxilia quem sofre de doenças e transtornos como distorção da imagem corporal, obtendo uma maior autoestima e confiança do poder pessoal independentemente de padrões associados à cultura da beleza.
ALTERAÇÃO DA PRÓPRIA IMAGEM
Segundo Maria Cristina, a rejeição pode fazer com que a pessoa desenvolva uma maior tendência a não aceitação de si mesmo. “Quando essa apresenta imagem distorcida ou síndrome de Adônis (referência ao deus grego da beleza), conhecida também como vigorexia, a tendência é sempre a comparação, uma obsessão caracterizada pela alteração da própria imagem”, explica.
SAIBA MAIS
A terapia holística trata a causa de doenças do emocional (síndrome do pânico, ansiedade, depressão, etc.) que se manifestam no corpo físico. Maria Cristina fala que essas doenças, ou a maioria delas, são fatores emocionais (maus hábitos, pensamentos obsessivos negativos, etc.), por isso se tornam psicossomáticas (influência de fatores sociais, psicológicos e comportamentais sobre o corpo e o bem-estar). “Uma dor de estômago muitas vezes está associada a uma situação de medo ou sentimento de raiva somatizados. Uma inflamação no nervo ciático pode estar associada ao aprisionamento da energia kundalini (energia espiritual), de natureza neurológica e manifestação na sexualidade”, aponta.
A terapia holística trata a causa de doenças do emocional (síndrome do pânico, ansiedade, depressão, etc.) que se manifestam no corpo físico. Maria Cristina fala que essas doenças, ou a maioria delas, são fatores emocionais (maus hábitos, pensamentos obsessivos negativos, etc.), por isso se tornam psicossomáticas (influência de fatores sociais, psicológicos e comportamentais sobre o corpo e o bem-estar). “Uma dor de estômago muitas vezes está associada a uma situação de medo ou sentimento de raiva somatizados. Uma inflamação no nervo ciático pode estar associada ao aprisionamento da energia kundalini (energia espiritual), de natureza neurológica e manifestação na sexualidade”, aponta.
Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 107, outubro 2016 (adaptado).
Texto: Gabriel Rodrigues.
Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.
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