Vamos fazer um Snap? Se você não sabe o que é isso, nós explicamos. O Snapchat é um aplicativo de mensagens, fotos e vídeos instantâneos criado em 2011 pelo americano Evan Spiegel. Tamanho sucesso, o app acumula 310 milhões de usuários cadastrados e 150 milhões ativos por dia, segundo o site de notícias Bloomberg. Dados da empresa apontam que mais de 60% das pessoas com idade entre 13 e 34 anos usam o aplicativo nos Estados Unidos, se espalhando e virando febre mundial.
Leia: TOP 10: os melhores do Snapchat.
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Aplicativo é mania entre pessoas de todas as idades.
LIGADA NO SNAP – Ao se deparar com a consultora de moda e fotógrafa Rafaela Ferreira Ferraz, 34, não é de se estranhar que ela esteja falando com a tela do celular. Se você não conhece o Snapchat, provavelmente não entenderia. Isso porque ela descobriu o aplicativo através de uma amiga e se tornou adepta há sete meses. Desde então passou a usá-lo diariamente para interagir com os amigos, se divertir e mostrar novidades, tudo em tempo real. Essa é a principal característica do app.
Rafaela Ferraz (@rafa-fferraz) não desgruda do Snapchat.
Com o celular em mãos, Rafaela mostra locais da cidade, paisagens, eventos, tendências de moda, livros, cultura, arte e pontos turísticos. Também dá dicas de moda, beleza e decoração, mas tudo depende do dia e da inspiração. Se o app rouba muito do seu tempo, ela afirma que não, já que a ferramenta lhe conecta a outras pessoas e registra a sua vida. "O aplicativo me trouxe a vantagem de poder conhecer como as pessoas se comportam e também de analisar coisas que eu faço no meu dia a dia que às vezes acabava não percebendo", justifica.
Rafaela Ferraz (@rafa-fferraz) não desgruda do Snapchat.
Com o celular em mãos, Rafaela mostra locais da cidade, paisagens, eventos, tendências de moda, livros, cultura, arte e pontos turísticos. Também dá dicas de moda, beleza e decoração, mas tudo depende do dia e da inspiração. Se o app rouba muito do seu tempo, ela afirma que não, já que a ferramenta lhe conecta a outras pessoas e registra a sua vida. "O aplicativo me trouxe a vantagem de poder conhecer como as pessoas se comportam e também de analisar coisas que eu faço no meu dia a dia que às vezes acabava não percebendo", justifica.
PRÓS E CONTRAS DO SNAPCHAT
· As selfies podem causar uma obsessão pela aparência e têm o poder de desencadear a busca excessiva de atenção e de dependência social, indicativas da baixa autoestima e do narcisismo pessoal ligado ao egocentrismo. Um exagero ou autopromoção pode ter o efeito contrário do que o esperado e ainda gerar competitividade e não parecer muito simpático.
· Existe a sensação de alívio, afirmação da personalidade e aprovação em dividir momentos com pessoas.
· Vemos o que julgamos e não o que realmente é. A comparação afeta a autoestima e pode causar tristeza, raiva e revolta e desenvolver transtornos como depressão, ansiedade, narcisismo, excesso de peso e problemas no sono, todos ligados ao uso constante da internet.
· Há facilidade de comunicação, proximidade, expressão de opiniões, divulgação das ações que podem influenciar positivamente a vida de outras pessoas, multiplicando-as em uma linguagem rápida e acessível.
PALAVRA DE PROFISSIONAL
A psicóloga Joseane Arena, 41, sendo 13 anos de atuação, também utiliza o Snapchat, mas não com tanta frequência. Segundo ela, o aplicativo oferece exposição constante e permite acompanhar e dividir momentos com a sensação de tempo real, o que faz atingir sentimentos mais variados, mas o que se destaca é a intensidade. "O Snap possibilita uma ideia de estar íntima da vida de quem posta, e o fato de a publicação sumir em 24 horas dá uma sensação de que se precisa acompanhar sempre e que se pode postar tudo", explica.
O Snapchat pode ser útil e interessante, mas Joseane alerta: "É preciso avaliar a forma de uso".
OS PERIGOS DA EXPOSIÇÃO
Joseane fala que a exposição pode ser prejudicial quando mostra demais a rotina, por questões de segurança. Uma das práticas perigosas que se tornou popular em redes sociais e aplicativos como o Snapchat é o pedido de "nudes" (fotos íntimas).
A psicóloga acredita que essa prática, chamada de "sexting", tem relação com o avanço da tecnologia e as formas de comunicação. "As pessoas vivem a sexualidade e encontraram mais uma forma de expressá-la - até aí, viver a sexualidade faz parte de todo o ser humano. Os malefícios disto estão ligados à exposição da intimidade e ao fato de não poderem controlar onde estas fotos ou vídeos podem parar, e isto pode causar danos psíquicos, pois conviver com julgamentos de quem não estava no contexto dos fatos pode ser devastador", alerta.
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O uso excessivo do Snapchat, assim como de qualquer outra rede social, pode trazer queda no rendimento escolar, pouca interação familiar, autoestima baixa por comparação, isolamento das relações convencionais, facilidade para falar o que se quiser e expor opiniões sem contabilizar os prejuízos e proporção que pode causar.
Fonte: Joseane Arena.
O uso excessivo do Snapchat, assim como de qualquer outra rede social, pode trazer queda no rendimento escolar, pouca interação familiar, autoestima baixa por comparação, isolamento das relações convencionais, facilidade para falar o que se quiser e expor opiniões sem contabilizar os prejuízos e proporção que pode causar.
Fonte: Joseane Arena.
7 DICAS PARA USAR O SNAP
- Estabeleça tempo para estar conectado e para sua vida pessoal.
- Quando precisar focar em uma atividade (estudos, trabalho, atividade com amigos) desligue o computador, coloque o celular no silencioso ou desative notificações.
- Reserve tempo para família e outras atividades que ajudam a relaxar.
- Não abra mão do tempo de sono ou de se alimentar por causa da rede social.
- Não esteja sempre disponível, uma mensagem não precisa ser necessariamente respondida imediatamente.
- Evite exposição demasiada de sua vida, isso pode afetar sua segurança.
- Não confie em tudo que vê nas redes.
Fonte: Joseane Arena.
MUNDO VIRTUAL X MUNDO REAL
Joseane destaca que nós costumamos ficar tão ocupados controlando a imagem que iremos revelar ao mundo que acabamos perdendo o verdadeiro contato com os momentos que constituem a singularidade da vida concreta. Ela faz um alerta: "Quando capturar algo na câmera tem a prioridade sobre o que acontece à nossa volta pode ser indicativo de um problema real, ou seja, passamos a ficar conectados com as imagens, mas desconectados de nós mesmos".
Segundo a psicóloga, essa necessidade de exposição cria um verdadeiro dilema: "Como eu posso esperar que os outros prestem atenção a mim se nem eu mesmo consigo estar verdadeiramente presente ao que está na minha vida? Documentar a experiência não pode, jamais, ser mais importante do que vivê-la".
2 PERGUNTAS PARA JOSEANE
1) Por que você acredita que o Snapchat está fazendo tanto sucesso?
"Acredito que o sucesso vem da possibilidade de ser uma celebridade instantânea, de viver como se estivesse em um reality-show-pessoal, dividindo todos os momentos, e eles não podem ser muito modificados com filtros e têm a intensidade e rapidez, com durabilidade curta, o que combina com o comportamento da cultura atual".
2) Quando a dependência contínua de uma rede social ou app é causa de tratamento psicológico?
Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 106, setembro 2016 (adaptado).
Texto: Gabriel Rodrigues.
Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.
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