Em tempos de redes sociais, não é de se estranhar que a prática jornalística esteja cada vez mais interligada à internet (o chamado "jornalismo digital"), prezando, sobretudo, a agilidade das informações. Devido à pressão dos meios de comunicação, do imediatismo e da instantaneidade da notícia, muitos jornalistas com e sem formação acadêmica (o diploma não é obrigatório para o exercício da profissão) produzem matérias em grande quantidade, mas, muitas vezes, pecam pela má qualidade, contrariando os princípios básicos da ética profissional no jornalismo. Considerando essa realidade, o documentário O Mercado de Notícias, escrito por Jorge Furtado, trata sobre
a relação da mídia e a democracia, trazendo a história da imprensa (século 17),
seu papel na construção da opinião pública e os interesses políticos e
econômicos envolvidos.
No filme, também são abordadas questões como a
credibilidade das notícias divulgadas pela imprensa, mesclando trechos de uma
peça teatral (escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson, em 1625, e encenada no
Brasil para a produção do documentário), que retrata o início do jornalismo em
Londres de uma forma crítica e bem-humorada, com os depoimentos de treze
grandes jornalistas, dentre eles Bob Fernandes, Cristiana
Lôbo e Fernando Rodrigues. Esses profissionais relatam suas experiências jornalísticas
e tecem considerações pertinentes a respeito das novas mídias de informação e o
futuro desta atividade.
O diretor Jorge Furtado foca na cobertura jornalística atual, mostrando
o intenso comércio de notícias e a importância da consciência social.
Furtado ainda analisa uma série de matérias que ganharam destaque nos últimos
anos, como o caso da bolinha de papel que levou o ministro José Serra à
tomografia e o suposto quadro do Picasso nas dependências do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
ENTENDA MAIS
A partir da ótica deste documentário, é possível fundamentar uma reflexão crítica sobre a
atuação da imprensa. Os assuntos explorados são de grande relevância para a nossa
formação social e acadêmica, tendo em vista que a mídia atua na vida das
pessoas formando opiniões, estabelecendo regras, padrões e normas. Muitas vezes
o conteúdo veiculado pelos meios de comunicação nos faz ingerir ideias formadas,
falso moralismo e verdades distorcidas.
Cabe
a nós desenvolver o senso crítico para questionar de forma inteligente e
racional tudo o que é tido como "ideal", "verdadeiro" ou
"falso" para não servirmos de manobra de manipulação de interesses
alheios. Enquanto nós, jornalistas, devemos pautar pela ética, pelo bom senso e
pela disciplina, características fundamentais para exercer a profissão com
responsabilidade e honestidade.
Assista ao documentário O Mercado de Notícias:
PARTICIPE
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