26 de agosto de 2016

Para entender o jornalismo

Em tempos de redes sociais, não é de se estranhar que a prática jornalística esteja cada vez mais interligada à internet (o chamado "jornalismo digital"), prezando, sobretudo, a agilidade das informações. Devido à pressão dos meios de comunicação, do imediatismo e da instantaneidade da notícia, muitos jornalistas com e sem formação acadêmica (o diploma não é obrigatório para o exercício da profissão) produzem matérias em grande quantidade, mas, muitas vezes, pecam pela má qualidade, contrariando os princípios básicos da ética profissional no jornalismo. Considerando essa realidade, o documentário O Mercado de Notícias, escrito por Jorge Furtado, trata sobre a relação da mídia e a democracia, trazendo a história da imprensa (século 17), seu papel na construção da opinião pública e os interesses políticos e econômicos envolvidos. 


No filme, também são abordadas questões como a credibilidade das notícias divulgadas pela imprensa, mesclando trechos de uma peça teatral (escrita pelo dramaturgo inglês Ben Jonson, em 1625, e encenada no Brasil para a produção do documentário), que retrata o início do jornalismo em Londres de uma forma crítica e bem-humorada, com os depoimentos de treze grandes jornalistas, dentre eles Bob Fernandes, Cristiana Lôbo e Fernando Rodrigues. Esses profissionais relatam suas experiências jornalísticas e tecem considerações pertinentes a respeito das novas mídias de informação e o futuro desta atividade.

O diretor Jorge Furtado foca na cobertura jornalística atual, mostrando o intenso comércio de notícias e a importância da consciência social. Furtado ainda analisa uma série de matérias que ganharam destaque nos últimos anos, como o caso da bolinha de papel que levou o ministro José Serra à tomografia e o suposto quadro do Picasso nas dependências do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

ENTENDA MAIS

A partir da ótica deste documentário, é possível fundamentar uma reflexão crítica sobre a atuação da imprensa. Os assuntos explorados são de grande relevância para a nossa formação social e acadêmica, tendo em vista que a mídia atua na vida das pessoas formando opiniões, estabelecendo regras, padrões e normas. Muitas vezes o conteúdo veiculado pelos meios de comunicação nos faz ingerir ideias formadas, falso moralismo e verdades distorcidas.

Cabe a nós desenvolver o senso crítico para questionar de forma inteligente e racional tudo o que é tido como "ideal", "verdadeiro" ou "falso" para não servirmos de manobra de manipulação de interesses alheios. Enquanto nós, jornalistas, devemos pautar pela ética, pelo bom senso e pela disciplina, características fundamentais para exercer a profissão com responsabilidade e honestidade. 

Assista ao documentário O Mercado de Notícias:



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