Em um bate-papo descontraído com os alunos dos cursos de Comunicação Social da Unisc, o músico, instrumentista e produtor venâncio-airense Thomás Lenz contou sua trajetória ao longo de seus 15 anos de carreira nos palcos do estado afora. Ele é autor do jingle da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), que aconteceu no mês de maio em Venâncio Aires e anuncia novidades: a banda Maquinados está em fase de pré-produção de um CD e DVD e um EP com três músicas inéditas irá ser lançado até o fim deste ano.
Dividido entre a banda e a carreira solo, Thomás Lenz traz o melhor do pop/rock. Hoje, ele relata suas experiências como músico na Unisc.
Há dois anos seguindo carreira solo, Thómas começou tocando em festas juninas na escola. "Desde pequeno minha mãe me colocou na aula de música", conta. Mais tarde, o músico formou a banda Maquinados ao lado de três outros integrantes – Isma Pádua, Duda Peiter e Duda Kuhn. Segundo o vocalista, a composição autoral fez com que a banda permanecesse na ativa até hoje. Pela dificuldade de não ter onde tocar no interior do estado, Thómas começou a produzir eventos musicais e a gravar bandas e músicos ao lado do sócio Everton Teixeira, além de produzir jingles musicais (publicitários). Sobre os fãs – a maioria entre a faixa dos 30 aos 40 anos –, Lenz conta que uma menina chegou a tatuar seu nome e sobrenome nas costas. "Achei loucura", diz.
"Começamos a compor e isso salvou a banda" - Thomás Lenz.
TRAJETÓRIA DA MAQUINADOS
A banda Maquinados deu início à sua trajetória no rock tradicional em 2004, percorrendo todo o país com uma Kombi, que foi roubada em Porto Alegre. Em 2006, a Maquinados gravou com a primeira produtora musical e no ano seguinte, a banda tocou na casa de show Opinião em Porto Alegre. No ano de 2008, os músicos lançaram seu primeiro CD e em 2009, apresentaram-se em Salvador, na Bahia. A partir de então, surgiram parcerias musicais. Neste mesmo ano, abriram o show do CPM 22 em Porto Alegre. Até que em 2010, lançaram o segundo CD gravado em São Paulo, sendo composto por 15 faixas. Hoje a Maquinados faz shows em bares e casas noturnas da cidade e região.
INTERCÂMBIO CULTURAL
Recém-chegado ao Brasil, Thomás morou por quase dois meses na cidade de Houston, a mais populosa do Texas, na região sul dos Estados Unidos, onde pôde conhecer a música local, mas, principalmente, firmar suas raízes nacionais, como ele mesmo descreve. Referenciado por músicos e bandas de rock como Frejat e Ultramen, Thomás despertou seu gosto pelo jazz norte-americano. Na sua ida para o Texas, em plena época do conjunto de festivais de música, cinema e tecnologia South by Southwest, Thómas aproveitou a oportunidade para buscar novas influências e resgatar suas origens brasileiras. "Foi uma busca", resume.
O músico conheceu a Universidade de Música de Houston, mas o que lhe chamou a atenção foram os anúncios das rádios locais, que trazem bandas interessadas em contratar músicos de acordo com suas necessidades específicas. "Nos Estados Unidos, músicos de todos os estilos se apresentam e são respeitados", afirma Lenz, que critica a dificuldade do brasileiro em ouvir estilos musicais diferentes dos quais está habituado a ouvir. Para ele, a situação não é muito diferente no Sul. "Existe um monopólio sertanejo", diz. "Aqui se produz muita coisa legal, só que é de nicho segmentado", entende.
RAIO X – Thómas Lenz chegou a participar da eliminatória do The Voice Brasil, show de talentos exibido pela Rede Globo. De todo o repertório da Maquinados, suas canções preferidas são "Buscando meu lugar", disponível no Spotify, "Ontem" e "Hoje", que se arranjam entre si. Lenz diz que suas inspirações para compor vêm de sonhos, conversas e indignações, mas também recebe o apoio de sua mãe, que se arrisca a escrever algumas letras.
CONFIRA
Ouça "Diga Não", o primeiro single do CD Par ou Ímpar de Thómas Lenz.
* A produção desta matéria foi realizada por Gabriel Rodrigues e faz parte da cadeira de Fundamentos do Jornalismo Impresso, ministrada pela professora Ananda Etges, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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