6 de julho de 2015

Tempo aberto para a igualdade racial


Na charge, Maju apresenta a previsão de "tempo fechado" para o racismo no Brasil. 

Nesta semana, a jornalista Maria Júlia Coutinho, apresentadora da previsão do tempo no "Jornal Nacional" da Rede Globo, voltou a ser vítima de comentários desrespeitosos e racistas na página oficial do Facebook. Frente a essa situação, a Maju, como é conhecida, recebeu o apoio da equipe do "JN", de famosos, colegas de profissão e dos internautas que admiram seu trabalho. "Eu já lido com essa questão do preconceito desde que eu me entendo por gente. Claro que eu fico muito indignada, fico triste com isso, mas eu não esmoreço, não perco o ânimo. Os preconceituosos ladram, mas a caravana passa", disse ela durante o Jornal Nacional.

Por conseguinte, ressurge o debate sobre a triste realidade da discriminação racial suportada por milhões de pessoas todos os dias. O racismo no Brasil se manifesta desde o período colonial e escravocrata após a chegada dos portugueses, em 1500. Os princípios de igualdade e respeito são abordados visando a conscientização das crianças, logo nas séries iniciais do Ensino Fundamental, mas nem sempre são estimulados no ambiente familiar. Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos, formando futuros cidadãos mais empáticos, dignos e conscientes, porém muitas vezes falham. Ainda mais quando as demonstrações de racismo começam em casa. Familiares, amigos e colegas, muitos ajudam na reprodução e manutenção do preconceito racial com piadas e expressões racistas. Isto não pode continuar acontecendo. As pessoas que se acham superiores às outras têm o hábito de pré-julgar e não percebem o quão pequenas são. Não se pode definir a capacidade de alguém pela sua cor, forma ou tamanho. Adjetivar é querer mensurar o que é abstrato.

A cultura de sabotagem ao sucesso alheio cerca todos que ganham destaque pelo seu trabalho e o famigerado sucesso começa a incomodar os acomodados. Muitos preferem permanecer em estado de inércia, querendo derrubar a todo custo quem se destaca em suas atividades com críticas e ofensas. Por isso, o mundo precisa de mais exemplos de pessoas que se atrevem, que se superam e que não se deixam desanimar em prol daquilo que almejam. A sede de sucesso dos soberbos gera ataques de inveja, intolerância e ódio contra a diferença. Afinal, parece ser muito mais fácil menosprezar o trabalho do próximo que investir toda a sua força de vontade para tentar crescer. Se cada um usasse seu tempo e dedicação na busca pela autorrealização enquanto critica e ofende outras pessoas, o mundo seria bem melhor. Quem sabe amanhã, o sol da consciência dissipe a nuvem da ignorância.

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