Cachorros são usados em pesquisas científicas

 Beagle resgatado do Instituto Royal (Foto: Avener Prado/Folhapress).

Um grupo de ativistas invadiu na madrugada desta sexta-feira (18) a sede do Instituto Royal, que utiliza cães da raça Beagle em testes para a indústria farmacêutica, em São Roque, interior de São Paulo. Circulou pelas redes sociais que os cães seriam sacrificados, causando indignação de muitas pessoas que uniram-se ao grupo para apoiar a causa. Eles retiraram cerca de 200 cães do local, além de coelhos e ratos. Os manifestantes afirmam que a empresa pratica maus-tratos aos animais. O Instituto Royal, por sua vez, defende suas pesquisas em seu site, afirmando seguir todas as normas nacionais e internacionais no trato com os cães em laboratório.

Os ativistas ressaltam que muitos desses animais estavam feridos, mutilados e sofrendo maus-tratos. O diretor do laboratório invadido diz que o prejuízo da destruição do material é incalculável. A direção do instituto pretende processar os ativistas, enquanto eles tentam auxiliar na produção de provas dos supostos crimes de maus-tratados ocorridos na empresa, o que inclui a realização de "experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos" (Lei 9.605/98, art. 32, § 1.º).

COBAIAS DE LABORATÓRIO

Todos os anos, 90 milhões de ratos e camundongos morrem em experimentos de laboratório e os peixes viraram cobaias cada vez mais frequentes nos laboratórios. A raça de cão Beagle é internacionalmente recomendada para pesquisas de medicamentos, por serem animais dóceis e geneticamente muito parecidos. Outros laboratórios de pesquisa também já usaram cães da mesma raça nos experimentos e testes científicos. O objetivo é verificar a existência de possíveis reações adversas nos seres humanos. Pesquisas indicam que tudo isso pode ser em vão. 

Tal alegação dos testes serem feitos em seres inferiores, cujo sofrimento será para o bem da humanidade para que haja cura e evolução é descabida. A evolução só acontecerá quando os seres humanos arcarem com as consequências de seus próprios atos, sem prejudicar outros seres indefesos que não possuem a ganância por conhecimento, o eterno descontentamento pelo saber. O ser humano que tudo pode e nada crê senão em si próprio. O mesmo homem que descobriu que o céu não é o limite, testa os limites do que a mente humana é capaz.

PROIBIÇÃO DE TESTES

A Índia e a União Européia proíbem os testes em animais para fins cosméticos, enquanto o Reino Unido permite a venda de cosméticos testados em animais. De acordo com a Revista Exame, a cada ano são vendidos no mundo todo cerca de quatro bilhões de produtos cosméticos. Segundo a Revista Isto É Dinheiro, o setor farmacêutico alcançou um faturamento de R$ 49,6 bilhões, apenas em 2012.

Recentemente, uma estudante inglesa permaneceu exposta durante 10 horas em uma loja comercial numa das ruas mais movimentadas em Londres servindo como cobaia. A intenção dela e da marca de cosméticos naturais era protestar contra os testes aplicados em animais.

IMPORTANTE

A Lei Arouca sancionada em outubro de 2008, estabelece procedimentos para o uso científicos de animais no país. Juntamente foi criado o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) e a Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua), que representam a sociedade protetora de animais e atuam na fiscalização do cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de cobaias. 

De acordo com a Constituição Brasileira, deve-se reconhecer que os animais são dotados de sensibilidade, impondo a todos o dever de se respeitar a vida, a liberdade corporal e a integridade física, proibindo expressamente as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a sua extinção ou os submetam à crueldade.

PETIÇÃO PÚBLICA

Clique aqui para proteger os animais da objetivação de testes laboratoriais.