Acredita-se que os ancestrais do homem raspavam a barba com lascas afiadas de pedras há 30 mil anos, mas hoje as lâminas e barbeadores estão ficando de lado. Símbolo de masculinidade, a barba tem ganhado o rosto dos homens modernos. No entanto, se engana quem pensa que as barbearias estão em crise.
O barbeiro e cabeleireiro Dirceu Bento Antunes Filho, 33, atua há dois anos no ramo e diz que os homens estão cuidando cada vez mais da aparência. "Isso aumenta muito nossa autoestima. Gostamos de andar bem arrumados e em dia com nossos cabelos e barbas, afinal de contas nosso rosto é nosso cartão de visita", afirma Dirceu. Segundo o profissional, alguns cuidados são importantes para manter o cabelo e a barba sempre limpos e saudáveis, como o uso de xampu e condicionador certos, além de fazer sempre a manutenção para deixá-los alinhados. É importante também aparar os pelos do nariz, das orelhas e sobrancelhas. "Barba alta e cabelo fora do corte, além de ficar muito feio, ajuda no acúmulo de micro-organismos, pois transpiramos mais no calor", alerta.
TENDÊNCIA DE BARBAS E CABELOS
Caracterizada por manter os pelos curtos, a Stubble Beard (tipo de barba rala) é a mais pedida pelos clientes. Esse modelo define as partes do rosto que você quer manter a barba e o comprimento que vai deixar bem aparada. Outro estilo que continua em alta em 2016 é a The Full Beard (barba cheia, mas aparada).
O corte de cabelo mais pedido é o Undercut Degradê (parte superior alta com lateral baixa em degradê ou raspada) - para clientes que querem um design mais sofisticado e um corte inovador. O corte tradicional é procurado por homens que preferem o corte padrão com tesoura. E o estilizado é conforme o pedido do cliente. Um exemplo de corte estilizado é o repicado na frente e nas laterais.
Fonte: Dirceu Antunes
Fonte: Dirceu Antunes
10 CURIOSIDADES SOBRE A BARBA
Ao longo da história, a presença da barba atribuiu diversas qualidades ao homem, como sabedoria, respeito e virilidade, mas em determinadas épocas e culturas esteve relacionada à falta de higiene e de refinamento.
A barba começa a aparecer durante a puberdade devido à ação da testosterona, entre os nove e 14 anos de idade, mas o crescimento dos pelos depende da genética de cada pessoa.
Fisiologicamente, a função da barba é aquecer o rosto no frio e proteger contra o sol, além de filtrar o ar da respiração e funcionar como atração sexual.
No Egito, a barba já foi vista como um símbolo de piedade religiosa e status social, mas agora é tida como sinal de mudanças políticas no país, sendo associada ao islamismo. Nos últimos 60 anos, a maioria dos homens que usava barba era muçulmana e esses eram mantidos sob constante vigilância pela polícia de segurança. O primeiro-ministro do Egito, Hisham Qandil (2012 a 2013), foi o primeiro na história do país a usar barba e o ato gerou polêmica entre os egípcios. Os barbudos raramente ocupavam um cargo de alto escalão.
Contrariando o que muitos pensam, o pelo da barba não cresce mais grosso depois de cortado. O indicado é não forçar a lâmina na pele, pois além de provocar coceira e vermelhidão, pode arrancar o bulbo (base da raiz) e diminuir a espessura do pelo. Se ele não for mais arrancado, logo voltará ao normal.
A barba é uma tendência que nasceu com os hipsters (tribo urbana de jovens alternativos) na década de 40, nos Estados Unidos. Mais tarde os pelos faciais foram adaptados pelos hippies, beatniks e black powers, movimentos de jovens que usavam os cortes de cabelo e barba em sinal de protesto.
Na Grécia Antiga, os espartanos raspavam o rosto daqueles que consideravam covardes porque cultivar a barba era um sinal de coragem. Em contrapartida, Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, proibiu a barba porque entendia que era um ponto fraco na luta.
Desde 1995 a Associação Mundial de Barba e Bigode realiza a cada dois anos o Campeonato Mundial de Barba e Bigode. Na edição de 2015, ocorrida na Áustria, mais de 300 homens de 20 países diferentes disputaram 18 categorias divididas em três grupos temáticos: bigode, barba parcial e barba completa.
No Brasil, todos os homens que usavam barba tinham de pagar imposto em 1535. O rei britânico Henrique VIII criou uma taxa sobre os pelos que variava de acordo com a posição social do homem. Mais tarde, sua filha Elizabeth I recriou a taxa que cobrava de todos que possuíam barba com mais de duas semanas de crescimento. Algo semelhante ocorreu na Rússia, no império de Pedro I (1682 a 1725), pois ele queria modernizar a sociedade e acreditava que a barba era um fardo supérfluo.
Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura brasileira, possuía uma barba grande e escreveu sobre os pelos em seu penúltimo livro, “Esaú e Jacó”, publicado em 1904.
Fonte: Revista Linda - ano 9, nº 100, março 2016 (adaptado).
Texto: Gabriel Rodrigues.
Revisão: Marielle Rodrigues de Oliveira.
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