Quem sonha em fazer um intercâmbio, muitas vezes não tem a mínima ideia de como funciona e pensa que é algo difícil, mas morar fora pode estar mais próximo de seu alcance que você imagina. A estudante de jornalismo da Unisinos (RS), Caroline Garske, 22, está fazendo intercâmbio na cidade do Porto, em Portugal, desde o dia 12 de fevereiro até 11 de julho. Caroline sempre quis ter a experiência de morar em outro país e conhecer outra cultura, mas depois que começou a cursar jornalismo percebeu que essa necessidade era ainda maior. "Poderia acrescentar algo muito positivo na minha carreira e, consequentemente, no meu currículo", entende.
No entanto, Caroline começou a se inscrever em todos os programas de bolsas de estudos no exterior oferecidos pela Unisinos devido ao alto custo do intercâmbio. Desde 2013, a estudante aguardava a oportunidade que pudesse ajudá-la financeiramente, até que em 2015 chegou o momento de fazer o intercâmbio e de começar uma nova etapa na sua carreira profissional. "Fui aprovada em um programa do Santander que me ofereceu a experiência e o apoio financeiro que eu buscava", comemora.
Caroline Garske estuda jornalismo na Universidade do Porto, considerada a maior instituição de ensino e pesquisa em Portugal.
DICAS DE VIAGEM EM PORTUGAL
Caroline, que está morando em Portugal há um mês, conheceu poucas cidades além do Porto, mas já garante boas dicas de viagem. "A cidade do Porto é incrível, linda. É uma cidade situada no litoral português", resume. Segundo ela, o grande atrativo da cidade é a ribeira do rio Douro. "Os bares são um ambiente muito aconchegante para beber e comer algo olhando uma baita paisagem. Além disso, o centro da cidade tem bastante da arquitetura antiga, o que deixa ela muito bonitinha mesmo", enaltece. Segundo a estudante, a culinária portuguesa não é muito diferente do Brasil. "Aqui eles comem muita carne de porco e é difícil encontrar lugares pra comer carne bovina (acredito que seja pelo alto custo da carne de gado)", ressalta. Caroline afirma que Porto tem uma alimentação a preço acessível. "Com cinco euros você consegue fazer uma boa refeição em algum restaurante local, incluindo a bebida", atenta.
A histórica Rua de Cedofeita. "É uma rua bem conhecida aqui do Porto, fica no centro", diz.
A futura jornalista visitou a Serra da Estrela, montanha mais alta de Portugal, localizada em Covilhã, a cidade histórica de Guimarães, no Distrito de Braga, na região norte do país e Aveiro, conhecida como a Veneza Portuguesa. "Cai neve e os portugueses e turistas aproveitam para praticar esportes de inverno", comenta.
Serra da Estrela, cadeia montanhosa no território de Portugal Continental.
Na segunda cidade, Caroline visitou o Castelo de Guimarães, que achou lindo. "A cidade de Guimarães é pertinho do Porto, fomos de comboio (como eles chamam trem) até lá. Guimarães é conhecida como a cidade berço de Portugal, pois foi lá que se preparou a fundação de Portugal", explica. Caroline lembra do passeio em Aveiro. "Andamos de moliceiro, que é como se chama os barcos que andam nos canais, e a cidade também disponibiliza bicicletas para que possamos andar gratuitamente", conta.
A jovem planeja outras viagens com as três meninas que divide o apartamento, sendo uma delas, uma cearense que faz mestrado na Universidade do Porto. "Como aqui temos uma semana de férias na Páscoa, iremos passar esses dias conhecendo a Espanha, que é pertinho também", adianta.
Caroline dando uma volta de bicicleta com as amigas intercambistas em Aveiro. "É um passeio muito legal para quem vem para Portugal", recomenda.
Para Caroline, é indispensável conhecer a Ribeira no Porto, e de preferência, passar a Ponte Dom Luís I, que leva até Gaia, uma cidade da região metropolitana. "A vista é linda lá de cima. Recomento também que se conheça os jardins do Palácio de Cristal. É um lugar lindo no alto da cidade que, além dos belos jardins, presenteiam com um pôr do sol lindo", descreve. "A foz do Douro também é muito legal. É onde o rio Douro encontra o oceano. É legal aproveitar os bares e a orla é ótima pra praticar exercícios", sugere. Ela não deixa de ressaltar a importância de conhecer o centro. "É lá onde o Porto vive. O centro é onde mais tem festas de noite, onde o pessoal se reúne para beber e sair. Sem falar na arquitetura antiga que torna a cidade mais charmosa de dia", frisa.
Ponte Dom Luís I, que liga as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOSCaroline destaca que o maior ponto positivo é a segurança. "Pra nós, brasileiros, que estamos acostumados a conviver com o medo diariamente, aqui é o paraíso", ressalta. "Eu e as gurias que moram comigo podemos voltar caminhando de festas de madrugada, por exemplo. Dá até pra mexer no celular na rua!", conta, aos risos. Um ponto positivo é também o transporte. "É bem melhor do que no Brasil no sentido de qualidade", acredita.
A estudante admite que, por incrível que pareça, Portugal tem muitos pontos negativos. "Cada defeito que vejo aqui me faz valorizar cada vez mais o Brasil", reconhece. "Por exemplo, aqui não tem lei que proíbe o fumo em locais fechados. Se eu vou em alguma festa volto com muito cheiro de cigarro. Sem falar no perigo que é, em uma festa lotada, as pessoas esbarrarem com o cigarro no teu rosto", revela. "Percebi, também, que burocracia não é exclusividade do Brasil, aqui também tem muita", constata. Ela afirma que a própria universidade é muito burocrática. "Tive que ir em diversos locais pra ativar o meu cartão da universidade para fazer diversas coisas diferentes, como usar a biblioteca, a cantina... Como os campus são afastados um dos outros acaba se tornando muito chato isso para o estudante de mobilidade que está aqui sem carro", critica. "Até ajeitar tudo para ficar com nossa situação certinha na universidade foi muito complicado... Sem falar que temos que renovar o nosso visto e para isso vamos precisar correr atrás de mais papelada ainda", completa.
A IDA PARA PORTUGAL
Caroline diz que a maior dificuldade de sair do Brasil foi deixar para trás família e amigos, mas admite que seis meses passam muito rápido. "A adaptação aqui foi muito tranquila. Acho que o choque cultural não foi tão grande devido ao idioma ser o mesmo, o que faz a gente se sentir em casa, e o fato de ter muito brasileiro aqui", esclarece. "Até agora não senti como se não estivesse em casa. Me sinto muito bem acolhida aqui e acredito que isso contribua para essa sensação", confidencia. Segundo a estudante, a cultura brasileira influencia demais os portugueses. "Eles ouvem muita música brasileira e assistem muitas telenovelas produzidas no Brasil. Tudo isso faz com que a adaptação aconteça de forma muito mais rápida", explica.
Confira mais fotos do intercâmbio de Caroline Garske em Portugal.
Praia da Foz, onde deságua o Rio Douro.
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