Assim se passou meia hora. Antes que se agachasse para pegar o frasco no chão, Henry rapidamente colocou a prancheta com as anotações em seu rosto. - "Xerife, Paul está morto e não temos nada para fazer". O xerife colocou os óculos e olhava atenciosamente cada palavra que Henry havia escrito, enquanto lacravam o corpo de Paul. - "Hoje, pelo menos, o caso está encerrado", disse o xerife se despedindo de Phoebe. Ela o agradeceu e Henry permaneceu junto dela. - "Quase deu tudo errado!", exclamou Phoebe o enchendo de tapas. O xerife retornou e acabou presenciando tudo, logo Henry largou suas mãos. - "Esqueci a minha arma em cima do balcão", disse o xerife. Ele parecia ter desconfiado de alguma coisa, pegou sua arma com destreza e saiu pela mesma porta. - "Ele não brinca em serviço", sussurrou Phoebe, sacudindo as cinzas do cigarro no cinzeiro. Assim continuaram uma longa conversa sobre como seria realizado o funeral, até que Henry se despediu de Phoebe.
Phoebe esperava Henry na mansão. Era noite, chovia e ventava muito lá fora. Henry entrou rapidamente pela porta principal, pegou uma garrafa de whisky na sala e subiu para o quarto. Phoebe ouviu um barulho e chamou por Henry no seu quarto. E colocou "The Long And Winding Road" dos Beatles para tocar num disco de vinil. A longa e sinuosa estrada que leva até sua porta, jamais desaparecerá, eu já vi esta estrada antes. Ela sempre me traz até aqui, conduz-me até sua porta. Na noite selvagem e tempestuosa que a chuva eliminou, deixou uma piscina de lágrimas chorando pelo dia. Por que me deixar aqui sozinho? Mostre-me o caminho.
Phoebe e Henry estavam comemorando a vitória. O cachorro policial de Paul não parava de latir um minuto apenas. - "Esse cachorro está assim desde que Paul se foi, vou dar um jeito nisso!", disse Phoebe saindo do cômodo. Henry seguiu Phoebe, caso ela fizesse alguma besteira. Quanto mais perto ela chegava do canil, ainda mais o cachorro latia. Phoebe abriu o cadeado do portão de arame e o cão saiu correndo em direção à estrada no meio da chuva. Eles retornaram para a mansão e foram contemplar o dinheiro que Paul havia deixado como herança. O cachorro guiado pelos seus sentidos chegou ao cemitério onde Paul tinha sido enterrado. Deitado sob a intensa chuva permaneceu ao lado da lápide. Subitamente, Paul abriu os olhos como se estivesse lutando para emergir de um lago escuro. Não, Paul não havia morrido.
Leia a terceira parte desta série, aqui.
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